Por indisponibilidade orçamentária, a CEF (Caixa Econômica Federal) suspendeu novas contratações de unidades habitacionais para a faixa 1,5 do programa Minha Casa, Minha Vida. Este grupo é formado por família cuja renda mensal máxima chega a até R$ 2,6 mil. A instituição alega que o motivo da suspensão é devido ao esgotamento dos recursos disponíveis para esta linha de crédito imobiliário, mas que prevê que as contratações nesta faixa serão retomadas no início de 2019. Construtoras avaliam impactos da medida e destacam aumento no desemprego no setor imobiliário.
Na construtora Constrinvest, o engenheiro e diretor comercial, Antonio Luiz Correa, acredita que a medida seja ruim, pois provoca queda nas obras. “Essa faixa possui a maior demanda de contratações e por isso não pode fazer falta, pois, além de prejudicar várias famílias com o sonho da casa própria, acaba aumentando o índice de desemprego por falta de obras”, afirma. Ele fala que existe uma grande fila de pessoas querendo o recurso, mas o que resta agora é esperar. “O dinheiro para essa faixa é subsidiado pelo governo, mas ele não tem os recursos disponíveis, não há o que fazer, até que retornem as contratações”, explica.
Por meio de nota, a construtora MRV destaca que está avaliando o cenário e os impactos que a medida pode causar, mas que o foco das contratações na unidade é das faixas 2 e 3. “Vale destacar que hoje a faixa 1,5 do programa federal representa apenas 25% de nossos lançamentos. Atualmente, nos posicionamos estrategicamente em faixas de renda que demandam pouco ou nenhum desconto como as faixas 2 e 3”, destaca o documento.
Todavia, a empresa declara que continua focada na estratégia de atuação e expansão da atividade no segmento de baixa renda. “Retomamos os lançamentos no SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo], os quais utilizam recursos da poupança e com o mesmo modelo de negócios da baixa renda. A companhia atua como uma plataforma habitacional flexível, estrategicamente planejada para se adequar a diferentes condições de mercado”, expõe a nota.
De acordo com a “Agência Brasil”, a Caixa informou que somente a faixa 1,5 foi suspensa, e que as outras linhas de créditos continuam contratando, pois possuem diversas fontes de financiamento. Questionada por este periódico, a Caixa Econômica Federal não emitiu respostas sobre detalhes e causas da medida em questão.