Por sete votos a dois, a Câmara Municipal de Sandovalina decidiu pela cassação do mandato do vereador Tedd Jones e Silva Leal (PSB), em sessão extraordinária realizada nesta segunda-feira. O processo havia sido instaurado após acolhimento de denúncia do vereador Alberto Lopes Sanfelici (PP), em razão de declarações consideradas ofensivas aos demais parlamentares durante sessão extraordinária de 14 de agosto.
A comissão processante concluiu que ocorreu quebra de decoro parlamentar e, após os 90 dias de apuração, o relatório foi levado ao plenário. Minutos antes da votação, Tedd Jones teria declarado: “vamos acabar com esse circo logo”, demonstrando descontentamento com o trâmite. Com a cassação, assume agora o mandato o suplente Rodolfo Irineu Nunes (PSB).
O resultado final teve dois votos contrários à cassação: o próprio denunciado e o vereador Roger Rodrigues Silva, o Roger das Cabeças Brancas (MDB).
A denúncia foi processada com base no Decreto‑Lei 201/67, na Lei Orgânica do Município e no Regimento Interno da Câmara, garantindo a ampla defesa ao acusado. O vereador cassado ainda poderá recorrer judicialmente da decisão, conforme prevê o rito legal-administrativo.
“Baita teatro”
Procurado na manhã desta terça-feira, Tedd afirmou à reportagem que “tudo aquilo ali foi um baita teatro”. Ele já havia afirmado ao O Imparcial, em setembro, ter feito uso da tribuna para expressar seu descontentamento com o rito e a rapidez com que foi pautado um projeto que extinguia cargos comissionados e os recriava com outra nomenclatura. “Após minha fala, foram constadas em ata palavras que não proferi. No meu entendimento, tudo isso está ocorrendo pelo simples fato de que o único vereador a votar contra a recriação dos cargos fui eu”, declarou, na época.
Nesta terça-feira, o vereador cassado anunciou que vai recorrer da decisão do plenário. “Fui acusado de dizer palavras que não proferi. Vou recorrer, é claro, até porque estou sendo injustiçado. Estão prejudicando demais o processo eleitoral, uma vez que eu fui o vereador mais votado da história do município, represento uma parcela significativa dos cidadãos, sobretudo o camponês”, destacou.
“Estou sendo cerceado de fazer meu trabalho, uma vez que tenho dificultado as manobras, as práticas costumeiras deste município. O que eu digo é que, ainda que eu tivesse falado, a coisa aconteceu, mas eu não falei. Outra coisa, supostamente eu tenho imunidade parlamentar, eu não falei nada leviano e falei no meu púlpito, lugar que eu tenho direito de exercer o meu direito de falar. Enfim, vou recorrer, sim, e acho que em um país em que existe lei e Justiça, a farra política não pode prevalecer”, concluiu Tedd.

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Tedd: “vou recorrer e acho que em um país em que existe lei e Justiça, a farra política não pode prevalecer”