O protesto ocasionado pela insatisfação em relação à cobrança dos pedágios também por eixo suspenso, preço, quantidade das praças e outras reivindicações, resultou na paralisação dos caminhoneiros na pista do quilômetro (km) 570 + 500 metros (m) da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), por mais de duas horas, em Presidente Prudente. A maior concentração ocorreu próximo à base da Polícia Militar Rodoviária. De acordo com a Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart), a manifestação, que bloqueou parcialmente a via, foi liberada após a dispersão do movimento. Conforme a polícia, o ato pacífico promoveu cerca de 6 km de congestionamento.

Caminhoneiros protestam em relação à cobrança dos pedágios
Conforme o proprietário do posto Espigão, Eduardo Felippe, o movimento, que não contou uma liderança específica, reuniu como principais solicitações a diminuição do valor cobrado no pedágio e quantidade de praças; a isenção de pedágio cobrado no Estado pelo eixo erguido; e baixa no preço do litro do óleo diesel.
Segundo o coordenador operacional da 2
a Companhia do 2
º Batalhão de Policiamento Rodoviário, major Nuncio Aparecido Chiampi, o ato foi pacífico. Como estratégia, a primeira faixa livre foi liberada para ônibus, ambulâncias, carros pequenos e para aqueles que transportavam produtos perigosos. "É importante ressaltar que estamos aqui para promover a segurança de todos", afirma. Ainda de acordo com Chiampi, os caminhoneiros não foram obrigados a fazer parte do protesto e os que não aderiram puderam contar com rotas alternativas.
Durante a paralisação, o caminhoneiro Marcos Cordeiro abordou os motoristas e também auxiliou na manutenção da ordem. Ele relatou que a intenção do protesto foi a conscientização. De acordo com Cordeiro, o transporte de cargas é feito quase em totalidade por caminhões, e o aumento dos custos, como os pedágios e óleo diesel, trazem diversas consequências negativas, por isso, a intenção de pedir ao poder público para que reveja a situação. "Em 74 km, trevo de Taciba a Assis, existem três pedágios. Sem condições", reclama.
De Arapongas (PR), o caminhoneiro Luciano Ramalho acredita que este tipo de paralisação não resolve a situação. "Só resolve se não sairmos de casa. Daqui a pouco a polícia terá que liberar", completa. Já o motorista Ivanor Antonio Bee, que mora em Santa Catarina, permaneceu duas horas na paralisação. "Tem que parar mesmo, já que os problemas no Brasil só se resolvem com protestos", expõe.
A Assessoria de Imprensa da Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart) informou que na manhã de ontem, no sentido interior/capital, a retenção de veículos na faixa de rolamento da direita era de 2,5 quilômetros. Já no sentido capital/interior, a retenção na faixa de rolamento da direita era de 500 m. A concessionária, em apoio à Polícia Militar Rodoviária, adotou medidas operacionais que visam à segurança dos usuários e manifestantes. Ainda conforme a concessionária, o tráfego já estava liberado por volta das 11h.
Em relação ao protesto, a concessionária informa que não recebeu, oficialmente, nenhuma reivindicação do grupo que fez o manifesto ontem.
Artesp
Como informado ontem por
O Imparcial, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) relatou que, em relação à cobrança do eixo suspenso, esta ação em veículos comerciais é neutralizada pelo não repasse do reajuste tarifário anual de 6,5%. A Artesp informou que a cobrança "não foi implantada ontem, pois ainda depende da conclusão de medidas jurídicas e técnicas para ser efetivada". Ainda de acordo com a agência, embora existam casos de reclamação, elas "não representam a categoria, visto que o caso já foi discutido com entidades que a representam", afirma.
Sobre o pedágio, a Artesp informou que, juntamente com a Secretaria de Logística e Transporte, negocia com as concessionárias de rodovias paulistas algumas medidas para reduzir os custos no Estado. "Além disso, há o projeto do sistema ponto a ponto que permite a cobrança de pedágio por trecho percorrido, o que reduz os custos em viagens de curta distância", lembra. Segundo o órgão, o piloto deste projeto já está em desenvolvimento em determinadas rodovias paulistas e a ideia é implantar o beneficio do sistema para as demais após a aferição do resultado.