De longe, o segmento que mais influenciou no saldo positivo de empregos na agropecuária regional em 2015 foi o do cultivo de cana-de-açúcar, com 1.073 novos postos de trabalho.Ttambém se destaca a criação de aves, com 535 novos empregos, e de bovinos, com saldo em 185 trabalhadores a mais – aponta o levantamento do IEA (Instituto de Economia Agrícola).
Apesar de ter o melhor desempenho entre as atividades agropecuárias da região, as usinas sucroalcooleiras promoveram um "enxugamento" do quadro de funcionários em 2016, de acordo com o diretor-técnico do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Presidente Prudente, Marco Aurélio Fernandes. "Ficou claro no último ano que o setor rural, de fato, é o único que está mantendo empregos. Mesmo com a demissão de trabalhadores ou substituição de funcionários mais antigos pelo setor sucroalcooleiro, seguimos com estabilidade nos postos de trabalho", esclarece.
Pecuaristas reduziram confinamento e ampliaram pasto
Apesar da colheita mecanizada já ser adotada por boa parte das indústrias de açúcar e álcool – reduzindo a quantidade de mão de obra, já que o maquinário é capaz de substituir até 40 funcionários – ainda há necessidade de trabalhadores, mesmo que sazonalmente.
O diretor-técnico explica que anualmente as usinas precisam "reformar" 20% do canavial para ter maior produtividade, retirando a plantação e melhorando o solo para uma nova safra. "Esse trabalho é feito por cortadores, não dá para realizar com o maquinário", afirma. Nesse "ano zero" da cana-de-açúcar muitos proprietários optam ainda por "rotacionar a cultura" plantando alguma leguminosa, como amendoim ou soja, o que também rende empregos.
Em relação à pecuária de corte – na qual Prudente, com 185 funcionários, é a que mais renovou o estoque de trabalhadores em 2015 – Marco esclarece que por conta da alta dos insumos em meio à recessão (sal mineral, ração, etc) os produtores rurais optaram por reduzir a quantidade de gado em confinamento e ampliar o pasto – que é a alimentação mais barata para a pecuária de corte.
No EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Dracena, por sua vez, o diretor-técnico Luiz Alberto Pelozo notou um crescimento na produção de hortifrutis, especialmente por políticas governamentais de incentivo à agricultura familiar. "Hoje, as escolas priorizam os produtos locais, possibilitando aos agricultores investir mais nessa atividade", afirma. Outra cultura que cresceu na região foi da fruticultura, com o plantio de urucum e seringueira, que vem crescendo ao longo dos anos. "A agropecuária continua dinâmica e diversificada, com uma demanda que não diminui", pontua.
