Carlo Briani e Petrin gravam em Prudente

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 15/12/2016
Horário 08:48

 



Vicentini Gomez, Carlo Briani e Antônio Petrin


cineasta e atores


 


Vicentini Gomez está em Presidente Prudente gravando a última cena dos protagonistas do filme "Histórias & Estórias – cem anos – Presidente Prudente"os coronéis Marcondes (Carlo Briani) e Goulart (Antônio Petrin) nos dias atuais da cidade. Os atores fizeram uma pausa para uma entrevista e nela explanaram sobre o trabalho, o que ele trará de enriquecimento para os jovens e declararam encantamento pelo Centro Cultural Matarazzo. "Esse slogan está mais do que certo: ‘Cultura é coisa séria’. Se todos os outros lugares tivessem essa preocupação teríamos um mundo bem diferente!", ressaltou Petrin com Briani acrescentando: "Ficamos encantados em ver o orgulho como um garoto de 12 anos falava de tudo o que aprendia aqui...". Hoje tem gravação com Genézio de Barros.




Jornal O Imparcial Vicentini Gomez (diretor) Carlo Briani (Marcondes) e Antonio Petrin (Goulart), durante entrevista sobre o filme do centenário

 




Existe diferença em viver um personagem fictício e um real?


Petrin: Não vejo nenhuma diferença porque tanto o ficcional quanto o que existiu de fato passa pelo autor que escreve o texto. Nas duas situações desconhecemos ambos os personagens. Claro que o autor passa alguns detalhes diretamente ao ator, que não estão escritos como, por exemplo, gestual. Por isso nós, atores, somos inseguros por natureza, porque veja bem, alguém te apresenta um personagem escrito e você é quem precisa tirar vida, dar um perfil, uma personalidade a ele.


Briani: Digamos que dois atores interpretem o mesmo papel. Que garantia se tem de qual dos dois está certo? Isso não existe.


 



Como saber se teve sucesso em seu desempenho?


Petrin: Quando apresentamos para o público é que vamos saber se trilhamos o caminho certo. No meu caso, neste papel , eu estava usando cavanhaque, o diretor chegou e me disse que o personagem não tinha cavanhaque e se eu poderia tirá-lo. O fiz e deixei apenas o bigode. Isso é a colaboração de quem conheceu ou tem a foto do personagem... Suponhamos que eu fosse fazer o fantasma de Hamlet, por exemplo, eu não tenho a foto...


Briani: No máximo teria a descrição do autor, e muitas vezes é sumária, leve, superficial...O Petrin é mais profundo, mais Shakesperiano, eu sou mais simples com as palavras . Então, a gente tem que se basear sempre no autor, não importa se ele inventou do zero ou em fatos reais aquele texto. Se isso depois é fiel à realidade e nós fiéis aquilo que foi transmitido, chegamos próximos daquilo que é ou que foi a história, ótimo.


 



E como facilitar para ser o mais real possível?


Petrin: Vai da sua criatividade dar veracidade ao que está representando. No caso aqui, como é uma obra que estamos contando a história de uma cidade, a primeira coisa em que acreditamos é que quem pesquisou, escreveu, está certo das informações e cabe a nós dar veracidade. Agora, se isso está certo, não somos nós que podemos dizer.


 


Qual é a responsabilidade em encarnar o papel de homens que foram responsáveis pela cidade, hoje com mais de 200 mil habitantes?


Petrin: É bom que entendam que este projeto não é um filme de ficção, com uma trama dramática onde o personagem, coronel trilha, se debate, tem que empunhar uma arma... não tem nada disso. Viveremos e narraremos fatos que aconteceram. Além disso, narramos muito em off coisas que aconteceram enquanto está sendo mostrada em imagens, aparecendo apenas a nossa voz. Aliás, a primeira pergunta que fiz para o diretor foi se ele tinha algum sotaque e ele disse que não, que era para falar naturalmente.


Briani: É uma crônica mesmo.


Vicentini: Por isso o título "Histórias & Estórias"


 


O que esse filme traz de enriquecimento para a história da cidade preste a celebrar o seu centenário?


Petrin: Tomara que todos os jovens que estão na escola tenham a oportunidade de conhecer a história do seu bairro, da sua cidade, do seu Estado, dessa forma visual. Acho que é um privilégio para Presidente Prudente ter esse filme. Não vamos medir o sucesso, porque ninguém vai a bilheteria comprar ingresso para vê-lo. Pois ele será distribuído, com certeza. Mas, o que ele deve alcançar é o conhecimento da história da sua cidade. Alguém disse: conheça a história da sua cidade que você conhecerá o mundo, não é? Na vida, se eu conhecer o meu pedaço, a minha rua eu conhecerei o mundo porque o mundo se concentra em uma rua, em uma família, entende?


Briani: O grande valor desse filme é que por ser de maior acesso, impacto e comunicação imediata pelo visual, fará com que a grande maioria da população, digamos que 70%, tenha o privilégio de ter na mente o que foi a história da sua cidade. Coisa rara que outras grandes cidades do interior paulista não têm. É de um valor incrível!



O que ele poderá ser nas escolas?


Vicentini: O filme é uma provocação aos fatos que aconteceram. Os livros estão aí para serem consultados, os professores em sala de aula podem trabalhar cenas dele em redação... É muito difícil colocar 100 anos em 75 minutos. Estamos empregando algumas histórias ou estórias.


Briani: As mais importantes. Diríamos que a espinha dorsal!


Petrin: O que seria muito interessante acontecer é que quem o assistir tenha uma atitude de análise crítica. Porque o que se percebe nas entrelinhas é que os personagens não foram tão bonzinhos e nem construíram o que construíram na base do ‘oh que lindo’! Assim como são as histórias de todas as civilizações.


Briani: Por exemplo, os grandes heróis. Posso falar da Itália que conheço bem, Garibaldi não foi absolutamente um grande herói, considerado o herói da pátria, mentira isso. Era um mercenário que a soldo derrubou o muro em Roma e fez a união da Itália, mas pago. Se o outro lado lhe oferecesse mais, com certeza ele debandaria. Não existe essa pureza de espírito. Sem querer tem uma frase no texto em que os coronéis Marcondes e Goulart conversam: "Todo mundo exalta nossas diferenças e nossas brigas, mas, na verdade, acabou que, mesmo divididos, construímos essa cidade". Entende? Ela foi fruto e resultado de muita competição, do conflito que é a essência do desenvolvimento. Ao contrário de Bauru que surgiu, por exemplo, porque os coroneis de Lençóis Paulista e Agudos não permitiram montar a Noroeste lá onde já tinha a Sorocabana e a Paulista. Então o entroncamento ferroviário acabou sendo colocado em Bauru, que de lá saia para Santa Cruz de La Sierra. Percebe? É uma cidade que não tem uma personalidade, uma história interessante, ninguém fundou aquele lugar. Está vendo a diferença de Prudente?


 


Já conheciam Prudente? O que acharam?


Petrin: O que mais me encantou aqui foi esse Centro Cultural Matarazzo que causa inveja em qualquer outra cidade, inclusive para nós em São Paulo. Além de lindo é eficiente. As pessoas estão aqui para estudar, vimos os garotos tocando instrumentos. Você consegue imaginar a importância que isso tem para a formação de uma cidade? Esse slogan está mais do que certo: "Cultura é coisa séria". Se todos os outros lugares tivessem essa preocupação teríamos um mundo bem diferente! A mim não me entusiasma os arranha-céus, grandes avenidas, isso aqui é o mais importante. E vocês têm a obrigação de incentivar isso para que nunca se acabe. Quantos jovens se utilizam desse equipamento?


 


Briani: É que infelizmente o Brasil tem aquela cultura de um bate lata e um berimbau para fazer capoeira, isso não é cultura gente. Ontem ficamos encantados em ver o orgulho como um garoto de 12 anos falava de tudo o que aprendia aqui... há 16 grupos de teatro na cidade... isso é fazer algo formativo, e com certeza dessa população sairá um cidadão mais honesto, mais consciente, voltado para o belo, para a sensibilidade, mais politicamente ativo, diferente de um sujeito que só pensa no querer o dele. Como estamos vendo nessa sujeirada política do nosso país. Essa cidade é linda, maravilhosa, com uma atividade cultural impressionante.


 


 

 


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