Carreata reforça protestos contra reajustes de ICMS

Ao som de buzinas e do Hino Nacional, lojistas de Prudente e região se mobilizaram para chamar a atenção do governo estadual para que volte atrás e reveja o “aumento descabível” de 207%

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 21/01/2021
Horário 20:03
Foto: Cedida
Carreata com aproximadamente 400 carros percorreu as principais avenidas de Prudente
Carreata com aproximadamente 400 carros percorreu as principais avenidas de Prudente

Na manhã de hoje ocorreu mais uma mobilização de lojas de automóveis de Presidente Prudente e região que, ao som das buzinas e do Hino Nacional, se uniram em uma carreata com aproximadamente 400 veículos pelas principais ruas e avenidas do município para protestar, enfatizar o descontentamento, segundo os participantes, com a “medida descabível” do governo estadual pelo aumento de 207% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de carros usados no Estado de São Paulo. De acordo com um dos membros da organização local, Paschoal Diniz Navarro, da Diretta Veículos, este movimento tem como objetivo chamar a atenção do governo para que volte atrás dessa decisão “arbitrária absurda” em um momento dos mais críticos economicamente que o país atravessa. 
“Esse reajuste do ICMS é inadmissível. Nós queremos saber de onde foi que o governador João Doria [PSDB] tirou esses números. Isso é inconcebível. Precisamos dizer não a esse governador. Ninguém vai suportar esses impostos”, pontua o organizador. Para esclarecer melhor como esse reajuste tem impactado tanto para o empresário quanto para o trabalhador, Fernando Alves, 40 anos, proprietário da Fortcar Veículos, explica que esse reajuste é cobrado sobre o valor da venda e não sobre a margem. O que dá um impacto muito maior. Ele exemplifica: “a loja trabalha com uma margem de 12%, se você tem um carro de R$ 50 mil, tem uma margem de R$ 6 mil. Parece bastante, certo? Mas aí, a loja vai fazer uma revisão, pintar o para-choque, trocar um escapamento, ou uma bateria e assim por diante”. 
Logo, segundo Fernando, a margem diminui para R$ 4 mil a R$ 3,5 mil. “O imposto federal que a gente pagava nesse carro era em torno de R$ 600 a R$ 700 e R$ 900 estadual. Então, eram R$ 1,5 mil, R$ 1,6 mil. Na mudança de 1,8 % para 5,53 %, o ICMS de R$ 900 vai para R$ 2.763. Mais o federal, nós vamos pagar R$ 3,5 mil, R$ 3,6 mil de imposto. O que sobra para a loja? Nada. Então, o custo hoje do segmento de veículo formal, legalizado, infelizmente, na proporção que ele aumentou, se tornou inviável. A gente acredita que seja um aumento que não foi pensado. Porque 207% é para acabar com o segmento”, lamenta o sócio-proprietário da FortCar Veículos.

"Um por todos e todos por um"

Conforme Fernando, Paschoal é o porta-voz do grupo que conta com 80 lojistas de Prudente e região, deste movimento que está ocorrendo em todo o Estado. A mobilização de ontem foi a terceira carreata na região nos últimos 10 dias, sendo a primeira só de veículos usados no Estado inteiro. 
O movimento está contando com o apoio da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículo Automotores), que tenta negociar diretamente com o governo. Mas, segundo Fernando, até o momento, parece não ter obtido sucesso. “Vamos continuar fazendo de tudo que pudermos para que o governo reveja essa situação”, pontua Fernando.
O trânsito foi controlado pela Polícia Militar, Helicóptero Águia, e Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública). Apesar do grande número de veículos que participou do ato, a circulação seguiu normalmente.

Frente às perdas

Em nota na última carreata, no dia 14, a Secretaria de Estado da Fazenda e Planejamento disse que o objetivo do ajuste fiscal é proporcionar ao Estado recursos para fazer frente às perdas causadas pela pandemia. “A medida, garantida pela Constituição, é necessária. Por quase três décadas, os veículos novos e usados se beneficiaram com renúncias fiscais de até 98%, em relação à alíquota de 18% praticada no Estado. Com o ajuste fiscal, os carros 0 km, que pagavam 12%, passarão a pagar 13,3% de imposto a partir de 15 de janeiro e 14,5% a partir de abril. Já os usados, que tinham carga tributária de 1,8%, pagarão 5,5% a partir de 15 de janeiro e 3,9% a partir de abril”. 

Foto: Ilustração

protesto contra aumento de icms reúne lojistas em presidente prudente

Foto: Cedida

em carreata, empresários protestam contra aumento de icms em presidente prudente
Paschoal Diniz é o porta-voz do grupo de 80 lojistas que compõem o grupo de Prudente e região

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