Carteiros da região aderem à greve nacional por tempo indeterminado

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 18/09/2015
Horário 09:09
 

Cerca de 15% dos carteiros que atuam em Presidente Prudente, ou seja, 26 servidores, paralisaram os serviços de entrega das correspondências. Na região, conforme o diretor regional do Sindicato dos Correios de Bauru e Região, Vanderlei Aparecido Santos, 63 carteiros aderiram à greve nacional, número que representa 20% dos trabalhadores. Porém, ele acredita que mais funcionários vão aderir ao ato.

Vanderlei explica que durante 60 dias a categoria negociou com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, porém, as partes não chegaram a um acordo, já que a empresa não atendeu às solicitações da categoria. Entre as reivindicações, as principais são: a manutenção do convênio médico e a reposição da inflação.

Sobre o convênio médico, o sindicalista esclarece que, atualmente, pagam um valor compartilhado com a empresa, apenas quando o serviço de saúde é utilizado. Agora, Vanderlei diz que o governo quer instituir uma cobrança mensal ao servidor na quantia de 13% sobre o valor bruto do salário. O salário-base da categoria (para os iniciantes) é de R$ 1.104,00, valor que somando alguns benefícios sobe para R$ 1,6 mil. Adotando a cobrança mensal, o diretor diz que o desconto seria cerca de R$ 180, fato que prejudica o orçamento do trabalhador.

Quanto ao reajuste salarial, o integrante do sindicato explica que a porcentagem oferecida pelos Correios foi de 6%, não repondo a inflação do período que, segundo ele, ficou em 9,56%. Além disso, o diretor informa que a organização propôs dividir o reajuste em duas vezes: 3% em agosto e os outros 3% (que somam os 6%) em janeiro de 2016, atitude que a categoria não concorda.

Vanderlei frisa que a paralisação é por tempo indeterminado e que representantes do sindicato estão em Brasília (DF), prosseguindo com as negociações. "Estes são os principais pedidos, porém, existem ainda outras colocações", menciona. Ele cita ainda que os trabalhos internos nas agências dos Correios continuam e que as atividades de entrega das correspondências é que se mantêm (não na sua totalidade) paralisadas.

 

Posicionamento

Por meio da Assessoria de Imprensa, os Correios alegaram que, até ontem, "93% do efetivo não havia aderido à paralisação", em relação às agências do interior do Estado. "Nos locais onde a paralisação foi deflagrada, o movimento está concentrado na área de distribuição. Os Correios estão operando com normalidade em todo o Brasil. As agências estão abertas e os serviços, inclusive a entrega de Sedex e o Banco Postal, estão disponíveis, com exceção dos serviços com hora marcada interestaduais", garante a empresa.

Nas localidades em que há paralisação, os Correios estão aplicando o Plano de Continuidade de Negócios, que inclui ações como deslocamento de empregados entre as unidades, apoio de pessoal administrativo e realização de horas extras. "Caso haja necessidade, a empresa também pode promover mutirões para entrega nos fins de semana", enfatiza

Quanto às negociações,  os Correios expõem que ingressaram com ação de dissídio coletivo junto ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), por conta da divisão da categoria em relação à proposta de acordo coletivo, apresentada na última sexta-feira. "Com isso, a empresa retoma sua última proposta, que propõe reajuste de 6% nos salários , além de outros itens", alega.
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