Casamento é celebrado dentro de penitenciária

REGIÃO - Bruno Saia

Data 08/04/2016
Horário 09:38
 

Uma cerimônia simples, com direito a lágrimas e à presença de amigos, parentes e também dos padrinhos do casal, marcou o casamento celebrado na manhã de ontem, no interior da Penitenciária Tacyan Menezes de Lucena, em Martinópolis. Um mecânico, 33 anos, que cumpre pena na unidade, se casou com uma secretária, 30 anos.

Nervosa, por conta do significativo momento de sua vida, e tímida, diante das inúmeras autoridades presentes no local, a noiva chegou ao hall do prédio onde funciona a administração da unidade, ao som de um violino, tocado por um dos detentos, e a cerimônia foi conduzida por uma juíza de paz. Ao lado de seu noivo, ambos trocaram alianças, assinaram a certidão e, na sequência, receberam as bênçãos de um pastor, antes de dar o beijo que selou a união, seguida de uma salva de palmas.

Jornal O Imparcial Autoridades, amigos e familiares do casal participaram da cerimônia realizada ontem

O casal preferiu não conversar com a reportagem, mas a juíza de paz, Maria Helena Ferro Marsicano, que realiza casamentos há 12 anos, esteve pela primeira vez dentro de uma unidade prisional. "Estou muito feliz por ter sido convidada e poder conhecer a penitenciária. Acredito que é uma ação muito importante para trazer toda a sociedade aqui para dentro, integrando os sentenciados com o mundo lá fora", conta Maria Helena, contente com a receptividade de detentos e também dos funcionários da prisão. O Cartório de Registro Civil de Martinópolis foi o responsável pelo registro do casal.

"Um evento como este mostra que a parceria com a sociedade civil aproxima o contato dos detentos com o mundo fora das muralhas e as pessoas que estão aqui podem ver que a unidade não é só rebelião e fuga e que nosso objetivo é recuperar essas pessoas", relata o diretor geral da penitenciária, Antônio Sérgio de Oliveira, que, pela primeira vez, acompanhou a realização de um casamento dentro da unidade prisional gerida por ele.

 

Cidadania


A cerimônia foi o momento mais marcante da 1ª Jornada da Cidadania e Empregabilidade, que foi realizada durante a semana na unidade e teve suas atividades encerradas ontem. A ação, que já vem percorrendo as unidades do regime semiaberto do sistema prisional paulista, contemplou ontem, pela primeira vez, o regime fechado. A jornada é uma realização da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), por meio do GCAE (Grupo de Capacitação, Aperfeiçoamento e Empregabilidade), da CRSC (Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania), em parceria com o Grate (Grupo Regional de Ações de Trabalho e Educação), da Croeste (Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado).

 
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