De acordo com o médico infectologista Rodrigo Sala Ferro, os celulares são dispositivos que podem acumular fungos, bactérias e vírus, sobre esses últimos é que recaem a maior parte das preocupações no momento. Como uma extensão das mãos nos dias de hoje, o smartphones podem sim, como explica o médico, serem transmissores do novo coronavírus.
Rodrigo fala de uma cadeia de transmissão: celular nas mãos enquanto se conversa por aplicativos de mensagem; é levado à proximidade da boca quando é preciso atender ligações; é sempre colocado em superfícies como mesas (que, por sua vez, podem estar contaminadas)... Enfim, não basta higienizar as mãos e pensar que o ato, ainda que imprescindível, garanta 100% de segurança contra a Covid-19, visto que o vírus, contra o qual pessoas do mundo todo lutam, pode estar ali, no bolso, prestes a mudar-se para a mão, boca e o corpo todo.
“A etiqueta de higienização é algo que devíamos usar antes mesmo da Covid-19”, fala o infectologista. Segundo ele, não só contra este vírus pandêmico, mas contra outros agentes infecciosos, a ação de higienizar os eletrônicos que não saem das mãos, unida às outras recomendações como uso de máscara, higienização das mãos e afins, seria efetiva.
A ETIQUETA DE HIGIENIZAÇÃO É ALGO QUE DEVÍAMOS USAR ANTES MESMO DA COVID-19
Rodrigo Sala Ferro
O engenheiro eletricista e professor doutor do Departamento de Engenharia Elétrica da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Fernando Cardoso Fajoni, 39 anos, dá dicas de como realizar a higienização dos celulares sem causar danos ao aparelho. Segundo ele, as medidas descritas abaixo podem ser utilizadas também em tablets e outros equipamentos eletrônicos como teclados e mouses.
Para realizar a limpeza em aparelhos celulares, é necessário levar em consideração alguns cuidados para evitar que o aparelho se danifique, pois alguns produtos químicos podem causar danos irreversíveis em dispositivos eletrônicos. Lembre-se que este procedimento deve ser realizado por sua conta e risco. Em caso de problemas, o usuário deve entrar em contato com o fabricante para eventuais reparos.
De regra geral para limpeza das superfícies de vidro, metal ou cerâmica, utiliza-se os seguintes materiais:
- Pano ou flanela macios e que não soltem fiapos
- Álcool isopropílico (isopropanol) com concentração de 70%
Alguns fabricantes recomendam diferentes soluções, dentre estas podemos listar algumas:
Samsung:
- Utilização de pano de microfibra
- Álcool etanol com concentração de 70%
Apple:
- Lenços umedecidos desinfetantes de uso geral
- Higienize suas mãos
- Desligue o aparelho de celular ou tablet
- Remova capa de proteção, acessórios e cabos do equipamento
- Umedeça levemente o pano com o produto de limpeza adequado
- Passe suavemente o pano umedecido pelas superfícies da tela e do corpo do celular
- Deixe seu aparelho secar por no mínimo 5 minutos antes de ligá-lo
Os acessórios de seu celular e superfícies de material diferente, como couro ou plástico, também devem passar por um processo de higienização, que varia dependendo do tipo de material.
- Não efetuar a limpeza com o celular ligado ou com acessórios conectados
- Não submergir o celular em produtos de limpeza
- Não borrifar os produtos de limpeza diretamente no aparelho celular
- Ao fazer a limpeza, evitar fazer muita pressão do pano contra a superfície do aparelho
- Evitar a umidade em frestas e entradas de dispositivos e acessórios
- Não utilize técnicas abrasivas, ar comprimido, produtos químicos não recomendados pelo fabricante de seu equipamento.
Recomendações do Ministério da Saúde citam a utilização de álcool em gel 70% ou água sanitária com proporção de 1 parte para 9 partes de água, porém, os fabricantes contestam que alguns produtos abrasivos podem danificar o produto e/ou deixar manchas em sua superfície, lembrando a ressalva de que “água e componentes eletrônicos não combinam”.
Fonte: Fernando Cardoso Fajoni
Foto: Cedida
Médico ressalta que agentes infecciosos como fungos, bactérias e vírus podem se acumular nos celulares