Charanga Domingueira de 07-07-2013

A ficha dos políticos ainda não caiu

 

Michel Temer acabou de declarar que agora é a favor do plebiscito valendo já para as eleições de 2014. Ora, Temer, antes de ser vice-presidente, mesmo que sem votos o que por si só já é uma aberração, é professor de Direito Constitucional. Luminares da hermenêutica dão interpretações distintas sobre o tema a cada cinco minutos. Nossos governantes querem que o povo esqueça as passeatas e opine em poucas e confusas questões sobre os destinos do País. Não tem sentido. Querem é ganhar tempo para que os marqueteiros cuidem de sua imagem dilacerada. Nossos políticos ainda não sentiram o cair da ficha.

Caso contrário o presidente da Câmara não tentaria pagar com 30 dinheiros aquilo do qual ele se locupletou para ir ao futebol com amigos e parentes e que custa 100 vezes mais. E o presidente do Congresso não gastaria o seu latim, desculpem, mas Renan Calheiros nem sabe o que é isso, para dizer que presidente do Senado tem direito de usar jato oficial. Isso ele sabe muito bem. Jato oficial para ir a casamento de cupincha de aratacas políticas? Por essas e outras a voz das ruas não pode se calar, mas eu tenho que parar por aqui.

Afinal este é um comentário esportivo, pelo menos está localizado no caderno correspondente. Pensando bem, se foi o eco que partiu das ruas que ecoou nos estádios o que motivou aquele Hino Pátrio cantado daquela forma por torcedores e jogadores os temas estão trabalhando em conjunto.

Para não dizer que não falei de flores e apesar do jogo ter sido no domingo que passou ainda estou vibrando com a vitória brasileira. Mas, compreendo que foi a motivação que elevou o tom da seleção. Enquanto o Brasil se superou a Espanha não jogou nada. A campanha brasileira era excelente, mas não a equipe que andou pererecando para chegar à final. Copa do Mundo será no ano que vem e até lá não sei o que fará nosso escrete. Subiu de uma tacada 13 pontos no ranking Fifa, cotação bem feita, mas fixada apenas no presente.

Foi jogando contra seleções de baixo nível e por dinheiro alto que caímos tanto. Um ano nos separa da Copa do Mundo, o verdadeiro objetivo. O Brasil não disputa as Eliminatórias, logo não terá compromissos oficiais que reforcem seu ranking. Já se anunciam amistosos contra Suíça e Austrália. O que fará Felipão para manter a aura alcançada nessa Copa das Confederações eu não sei. Sei que um caminho terá que ser encontrado para manter esse status. Cuidado ou voltarei ao tal plebiscito e serei obrigado a me enfiar por vielas que não são o que você espera. Nem eu.

 

 

Flávio Araújo é jornalista e radialista prudentino, escreve aos domingos neste espaço