O BASQUETE PRUDENTINO TAMBÉM FEZ HISTÓRIA
Prudente, foi um exemplar município agrícola, um dos melhores do Estado de São Paulo. As terras férteis, virgens dos instrumentos agrícolas acionados pela mão dos homens do campo de tudo produziram. Antes foi a faina das derrubadas, abertura de estradas, período de muita aventura entre os pioneiros. Muita planície, muito campo, uma variedade nativa que ainda permanece intocável em boa parte da região. Mas, bons pedaços de terra produtiva aqui existiam e o algodão, o milho, o amendoim e até café aqui se plantou. Nada obstante, sempre houve um determinante para que a região se restringisse à monocultura. O algodão prevaleceu até que a pecuária assumiu o comando. Muitas fortunas se fizeram com gado de múltiplas facetas e cavalos de qualidade. O Rancho Quarto de Milha é uma referência nacional. A exposição anual de animais atraiu por muitos anos compradores de todo o país. Volto ao esporte, do qual comecei a falar nesta série pré-centenário. O basquete prudentino teve um período glorioso e sempre fez parte das atividades esportivas ao longo destes 100 anos que agora se comemoraram. A Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos) nasceu como equipe de basquete em 1936. Mas foi somente quando os anos 1980 se aproximavam que veio a se destacar com uma equipe feminina que alcançou prestígio internacional. Foi a época em que Hortência aqui atuou junto a um grupo de destacadas atletas. Campeã do Estado, representante do Brasil num mundial da categoria, um brilhante vice-mundial alcançado. Antes, porém, a cidade reunia suas equipes de basquete entre os estudantes. Depois da criação do curso ginasial houve a formação da equipe dos irmãos Marcondes, netos de um dos fundadores da cidade. Paulinho, Zé Roberto, Vadite e Nenê, com o complemento de parentes ou afins formaram um grupo de qualidade. Ficaram na história os duelos notáveis contra Botucatu que tinha em Alcino Pelegrino o seu grande valor. Na quadra descoberta do Ginásio São Paulo onde os Globe-Trotters norte-americanos um dia se exibiram, narrei cotejos extraordinários onde Paulinho e Alcino se apresentavam como atrações maiores. O destaque dessa equipe prudentina, porém, ficava restrito aos Jogos Abertos e se maior progresso não houve foi pela ausência de competições oficiais. Afinal, eram todos puramente amadores. Apenas Paulinho e Vadilo Dicola, este mais recentemente, deixaram a cidade para viver do basquete. Ajudaram, de toda forma, a escrever um outro lado muito bonito do esporte que vicejou por estas plagas ao longo destes 100 anos de muitas realizações.
Flávio Araújo, jornalista e radialista prudentino escreve aos domingos neste espaço.