CHARANGA DOMINGUEIRA de 11-10-2015

Esportes - Flávio Araújo

Data 11/10/2015
Horário 09:12
 

Na Fifa, a casa já caiu

 

Pretendia dar continuidade ao histórico do nascimento da televisão no Brasil, tema deveras empolgante. Mas terei de deixar o assunto para uma próxima coluna, já que a seleção brasileira está chamando nossa atenção com o início das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo 2018, na qual se registrou na quinta-feira a estreia do país. Mesmo com tudo o que o selecionado nacional brasileiro vem sofrendo nos últimos anos, para mim continua sendo prioritária sua história.

É certo que a sujeira que rola na Fifa, com a suspensão de seu dirigente máximo, Joseph Blatter por 90 dias, somadas às de Michel Platini e do secretário-geral, aquele do pé no traseiro do Brasil, são o reflexo de um futebol que vive a maior crise de valores de toda a sua história, mas a bola está rolando.

Gente, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) até outro dia está in galera na Suiça e seu acólito e ungido, o conquistador de belas mulheres, Marco Polo Del Nero, não sai do país porque sabe o que o espera além das fronteiras. Tudo isso somado traz um imenso descrédito ao futebol, mas o esporte adquiriu tal importância que, na quinta-feira, os cinco estádios onde mediam forças os dez concorrentes do hemisfério sul das Américas recebiam lotação completa e o público, que vive um momento onde o crime banalizou-se, não estava nem aí para a corrupção geral.

Foi com esse espírito que a seleção brasileira foi buscar um empate em Santiago, no Chile. E deu-se mal. Quanto tempo faz que o Brasil tenta formar uma seleção? Uma imensidão de amistosos inexpressivos trouxe elevado faturamento à entidade, enquanto nossos clubes continuaram à míngua. Vitórias e mais vitórias sem que se formasse realmente uma equipe bem definida, equilibrada, com esquemas variados e produtivos. Houve inegável progresso em algumas equipes sul-americanas, como Colômbia, Equador, a própria Venezuela, mesmo perdendo em casa para o Paraguai... O Uruguai não deu bola para a altitude e nem sentiu falta de seus melhores atacantes, Suarez e Cavani; o Equador conseguiu o maior feito de sua história, vencendo a Argentina em Buenos Aires. E o Chile, mesmo sem apresentar o mesmo brilho da última Copa América, venceu merecidamente o Brasil.

Agora que as eliminatórias desta parte do mundo começaram, já na terça-feira teremos mais. Atentos que haverá rodízio de vencedores. A disputa será intensa e, no final, o Brasil se classificará. Mesmo sendo o time de Dunga. Culpa maior de nosso fracasso dirijo à nossa direção, que se iguala à atual situação do país. Na Fifa, a casa já caiu.

 

Flávio Araújo, jornalista e radialista prudentino escreve aos domingos neste espaço       

 
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