Ciclovia em canteiro central gera controvérsias em PP

Prefeitura de Prudente iniciou nesta semana a retirada do obstáculo que divide as pistas, com o objetivo de implantar o dispositivo no lugar; vereadores pedem interdição da obra

PRUDENTE - André Esteves

Data 23/08/2017
Horário 12:03

Após a remoção da ciclovia da Rua Alvino Gomes Teixeira em maio deste ano, a Prefeitura de Presidente Prudente tenta novamente a implantação do dispositivo no canteiro central de uma via, desta vez, na zona oeste da cidade. Foi iniciada nesta semana a retirada dos obstáculos que separam as pistas de rolamento da Rodovia Comendador Alberto Bonfiglioli, na altura do Ceforppe (Centro de Formação Permanente dos Profissionais da Educação), no Parque Shiraiwa, onde será instalada a faixa para ciclistas. Entretanto, os trabalhos mal começaram e as reclamações já surgiram. Na manhã de ontem, três vereadores da Câmara Municipal solicitaram ao prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) e ao titular da Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos), Rodnei Rena Rodrigues, a interdição da obra, a pedido de munícipes. O MPE (Ministério Público Estadual), por sua vez, informa que ainda não possui elementos para se posicionar em relação ao caso.

Conforme a Câmara, a medida foi recusada pelo Executivo, o qual alegou que a “ciclovia receberá itens de segurança diferenciados”. A Sosp, por meio da Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), explica que todo o corredor será identificado e, em determinados pontos, receberá gradil para separar a ciclovia das pistas, “garantindo proteção aos ciclistas”. Também foi elaborado um projeto em parceria com a Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), com o propósito de implantar redutores de velocidade na via em questão, a fim de “torná-la mais segura”.

A pasta pontua que o modelo segue os mesmos moldes da existente na Avenida Paulista, em São Paulo, e em cidades da região sul. Orçada em R$ 1,1 milhão, a faixa contará com uma extensão de 6.786 metros e ligará o Jardim Monte Alto, na altura do Cristo, até o Conjunto Habitacional Ana Jacinta, através da Avenida Manoel Goulart e Rodovia Comendador Alberto Bonfiglioli. Depois que for finalizada, será interligada com outra de três quilômetros, que liga o Ana Jacinta ao Curtume Vitapelli.

Para esclarecer todos esses pontos, o chefe do Executivo conduzirá, na segunda-feira, a partir das 8h30, no Ceforppe, uma apresentação sobre o projeto da ciclovia. O evento será aberto para toda a população, que pode tirar dúvidas sobre a construção e como será executada.

 

Opinião popular

Na tarde de ontem, a reportagem esteve no trecho onde as obras estão em operação para ouvir a opinião dos transeuntes, que se mostram desconfiados quanto à eficácia do modelo da ciclovia. O vendedor Mário Júnior, 21 anos, acredita que o emprego da faixa no centro da rodovia tornará as pistas “apertadas”, além de trazer “insegurança” para a população que utilizar o dispositivo para a travessia.

A doméstica Márcia Dias, 42 anos, pondera que se sentiria “receosa” em andar no dispositivo com veículos circulando de ambos os lados. Já a estudante Luciene Bassi, 38 anos, não confia na viabilidade do projeto, uma vez que a “rodovia não é tão larga e o fluxo de veículos é muito alto”, sobretudo, após as 18h.

O funcionário público Egídio Gonçalves, 45 anos, por sua vez, é favorável à iniciativa, considerando que as pessoas poderão fazer o trajeto sem a necessidade de ficar parando para os automotores passarem. Contudo, é contra a sua localização. “Acho que a ciclovia seria mais segura se a colocassem na lateral da via. No centro, há o risco de um veículo pegar alguém desprevenido”, considera.

No município, o histórico da medida não é positivo. Em setembro de 2015, um motociclista morreu após perder o controle do veículo e cair sobre o dispositivo da Rua Alvino Gomes Teixeira, gerando uma grande mobilização popular a favor da remoção da ciclofaixa.

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