Cidade da Criança é a nova morada das tartarugas-mordedoras

Animais serão alocados em um recinto similar ao habitat natural e ficarão disponíveis para visitação no zoológico; espécie chama a atenção pela força da sua mordida, por ser mais feroz que a de um leão

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 10/10/2021
Horário 07:10
Foto: Weverson Nascimento
Mordida da tartaruga-mordedora pode ultrapassar 600 quilos
Mordida da tartaruga-mordedora pode ultrapassar 600 quilos

Recentemente, a Polícia Militar Ambiental recolheu duas tartarugas-mordedoras (chelydra serpentina) em Presidente Prudente, algo bem incomum, uma vez que a espécie é originária das Américas do Norte e Central. O animal chama a atenção principalmente pela força da sua mordida, que pode ser mais feroz que a de um leão. Após serem recolhidas, elas foram encaminhadas para o Hospital Veterinário da Cidade da Criança, onde atualmente recebem cuidados. Posteriormente, os animais serão alocados em um recinto similar ao habitat natural e ficarão disponíveis para visitação no zoológico do complexo.

A médica veterinária do Hospital Veterinário da Cidade da Criança, Erica Pellosi, explica que, assim como todo animal que chega ao hospital do complexo, as tartarugas passaram por exames que avaliaram o quadro de saúde de modo geral e, na sequência, foram encaminhadas para o recinto de quarentena, onde ainda permanecem. 

Para receber a espécie chelydra serpentina, cuja força da sua mordida pode ultrapassar 600 quilos, uma equipe do hospital recebeu treinamento de manuseio e tratamento do animal, bem como orientações dos cuidados que devem ser tomados.

As tartarugas-mordedoras, segundo Erica, são animais onívoros, ou seja, podem alimentar-se tanto de animais quanto de plantas e algas. “A espécie não é natural do Brasil e, por isso, não pode ser solta para não ocasionar desequilíbrio ambiental na nossa fauna. As duas tartarugas que estão no Hospital Veterinário são passíveis de permanecerem em zoológico, uma vez que já foram criadas em cativeiros”, explica. “São animais semiaquáticos e, por isso, estamos criando um recinto para que elas tenham acesso a terra e a um lago”, acrescenta a médica ao dizer que todos os animais recepcionados no local são alocados em espaços de acordo com a espécie e as suas necessidades.

Mas, antes de irem para o zoológico do complexo, as duas tartarugas devem permanecer em quarentena sob os cuidados dos profissionais do Hospital Veterinário da Cidade da Criança.

Espécie na região

Conforme relatou este diário, a primeira tartaruga-mordedora foi encontrada em agosto deste ano no acostamento próximo à represa do Rio Santo Anastácio, em Presidente Prudente. O animal foi localizado por um munícipe, que o levou à sede da Polícia Militar Ambiental. Segundo a corporação, tudo indica que o animal foi abandonado, pois é originário das Américas do Norte e Central, não podendo estar presente na região.

A espécie chama a atenção principalmente pela força da sua mordida. “É uma das maiores e mais agressivas tartarugas do mundo, podendo pesar até 150 quilos. As mandíbulas da tartaruga-mordedora são tão fortes que podem quebrar ossos humanos com facilidade. A força da sua mordida pode ultrapassar 600 quilos, enquanto a de um leão gira em torno dos 400 quilos”, informou a polícia à época.

Em meados de setembro, a Polícia Militar Ambiental recolheu mais uma espécie chelydra serpentina. De acordo com a 3ª Companhia de Policiamento Ambiental, a guarnição foi a uma chácara perto do Rancho Quarto de Milha, após ser acionada pelo proprietário do local que gostaria de fazer a entrega voluntária da tartaruga. Quando a equipe chegou ao endereço, constatou ser da mesma espécie encontrada em agosto. O proprietário da chácara relatou que o filho ganhou o animal quando aparentemente ainda era filhote, e que a pessoa que o presenteou já morreu há mais de 10 anos.

Após serem recolhidas, as tartarugas-mordedoras foram encaminhadas para o Hospital Veterinário da Cidade da Criança, local onde recebem cuidados.

(Este material foi produzido seguindo todas as regras para segurança dos animais e dos profissionais envolvidos).

 

“A espécie não é natural do Brasil e, por isso, não pode ser solta para não ocasionar desequilíbrio ambiental na nossa fauna”
Erica Pellosi,
médica veterinária

 

Foto: Weverson Nascimento


Erica: “são animais semiaquáticos e, por isso, estamos criando um recinto para que elas tenham acesso a terra e a um lago”

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