Cineasta prudentino produz filme que retrata evolução judiciária no Brasil

Longa possui depoimentos de 36 especialistas entre jornalistas, historiadores e juristas e aborda desde a época imperial

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 26/09/2018
Horário 06:00
Cedida: Produção conta com 36 depoimentos de especialistas entre historiadores e juristas
Cedida: Produção conta com 36 depoimentos de especialistas entre historiadores e juristas

“Justiça! Uma história”. Este é o título do novo longa-metragem do ator, produtor e diretor prudentino Vicentini Gomez. Com première marcada para o dia 7 de dezembro em Brasília e 8 de dezembro na capital paulista, o filme tem 87 minutos e traz, segundo Vicentini, uma perspectiva inédita e inexplorada pelo meio acadêmico do poder judiciário no Brasil. A produção – que durou cinco anos para ser finalizada – conta, em um roteiro de 240 páginas, um recorte histórico que engloba desde a época do império até os dias atuais que se baseiam na Constituição Federal de 1988. Nesta quinta e sexta-feira, haverá apresentação do longa na Toledo Prudente Centro Universitário e após, Vicentini ministra um debate com os universitários e demais convidados. A apresentação, que é apoiada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Presidente Prudente, é aberta a todo público. Será cobrada uma taxa de R$ 30.

Segundo o cineasta, o filme independente possui parceria com o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) e com a Apamagis (Associação Paulista dos Magistrados). Além disso, já está inscrito em festivais de cinema tanto no Brasil quanto no exterior e esteve como principal base orçamentária doações e uso recursos próprios. “Começamos a produção em 2013, demorou muito porque corri atrás de 150 empresas em busca de patrocínio e ainda sim não conseguimos o necessário”, explica Vicentini.

 

“Tudo que vivemos hoje é um reflexo do que foi feito ontem, conhecer a história faz com que entendam melhor o que vivem hoje”

Vicentini Gimenez

diretor, ator e cineasta

Sobre o conteúdo, é possível adiantar que a obra possui depoimentos e pontos de vistas de 36 especialistas entre historiadores, jornalistas e juristas do país. “Contamos a história do Brasil, da justiça, mas que automaticamente está ligada a política, aos presidentes e as constituições”, expõe Vicentini.

 

Transições históricas

O diretor afirma que a justiça do país é regida a partir de uma constituição, entretanto, o longa aborda desde antes da primeira lei maior, na época do “olho por olho e dente por dente” leis mais conhecidas como Ordenações Filipinas. “Depois desse período, fim do império e início da república é que surgiu a primeira Constituição e trazemos todo esse período”, revela.

Para isso, conforme Vicentini, foi feita uma pesquisa bem ampla junto a uma equipe de historiadores que selecionaram 800 páginas relacionadas ao histórico do judiciário brasileiro. Destas, o próprio diretor separou 8 mil folhas que serviram de base para a construção do roteiro do longa. Em outras palavras, o filme traz um olhar inovador sobre a rica e complexa trajetória do Poder Judiciário.

“Abordamos também as transformações pelas quais a justiça do Brasil passou durante as alterações de sistemas e das constituições, por meio das revoluções em busca de direitos feitos pela população em cada época”, relata o diretor.

 

Conhecimento coletivo

Embora o conteúdo da produção seja rico em aspectos de ineditismo, uma vez que nunca antes houve um filme voltado exclusivamente para a história judiciária, segundo Vicentini a principal contribuição social do filme é o conhecimento. “Somos um país que mais tem processos no mundo, por isso muitos dizem que a justiça é lenta. O longa traz uma reflexão sobre a importância de uma reforma”, pontua.

Abrindo o leque em questão e englobando o cenário nacional da justiça, o diretor acentua que o filme quer fazer pensar. “É extremamente necessário, faz com que as pessoas comecem a entender a história da justiça, apesar disso, a forma como será interpretada depende de cada um”, ressalva.

 

Circuito Universitário

Meses antes da première, “Justiça! Uma história” já está alcançando seus primeiros espectadores com a iniciativa Circuito Universitário. Vicentini conta que é importante debater essa história em âmbito acadêmico tendo em vista que ela passa despercebida pelas grades de aprendizado.

“Os estudantes [pincipalmente de direito] não tem esse conhecimento, não nesta dimensão e profundidade, o currículo não permite estudar isso”, explana. Com isso, a meta das apresentações é provocar e instigar o senso crítico, o estudo e a pesquisa sobre o assunto.

Com visitas em universidades de administração e direito previstas ainda neste semestre, o diretor afirma que, além disso, o filme faz com que os estudante repensem e ampliem suas visões acerca do cenário jurídico atual. “Tudo que vivemos hoje é um reflexo do que foi feito ontem, conhecer a história faz com que entendam melhor o que vivem hoje”, enfatiza.

 

História e futuro

Hoje com 61 anos, Vicentini iniciou sua paixão pelas artes aos 7 anos, quando encenou sua primeira peça de teatro. A partir daí, começou sua carreira profissional no ramo do audiovisual em 1977 e até então não parou de escrever, atuar, produzir e dirigir.

Entre suas produções cinematográficas mais premiadas, o diretor destaca “Rio de Minha Terra” gravado em Presidente Epitácio. Entretanto, agora, Vicentini se prepara para o seu novo longa-metragem que já está em fase de produção de roteiro. 

 

 

 

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