O Cisorp (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista) divulgou na manhã desta quarta-feira um estudo prévio, realizado em parceria com o projeto GEF Biogás Brasil, para implantação de rotas de RSU (resíduos sólidos urbanos) no oeste paulista para a gestão do lixo urbano a partir das metas do PIGIRS (Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos), desenvolvido pelo consórcio junto à FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Presidente Prudente.
O evento, sediado na Câmara Municipal de Álvares Machado, teve como ponto central a fala de especialistas que elucidaram - aos gestores públicos que estiveram presentes na ocasião - as avaliações técnica, econômica e financeira de diferentes rotas tecnológicas, em múltiplos cenários, para o tratamento de RSU nas 10 cidades analisadas, que fazem parte do Cirsop. São elas: Álvares Machado, Caiabu, Martinópolis, Paraguaçu Paulista, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Rancharia, Regente Feijó, Santo Expedito e Santo Anastácio.
O presidente do Cirsop e atual mandatário de Álvares Machado, Roger Fernandes Gasques (PSDB), relatou a O Imparcial que a finalidade do evento na manhã desta quarta foi demonstrar aos representantes dos municípios a concretude do PIGIRS para a integração regional na gestão do lixo das cidades conveniadas. “Além da sustentabilidade e da destinação correta dos resíduos, a finalidade do plano é atender o Novo Marco Regulatório [do Saneamento] e dar capacidade de cada município cumprir este novo marco”, expõe o prefeito de Machado, que também realça a importância da presença de membros do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), da Caixa Econômica Federal, da Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) que expuseram as avaliações preliminares do projeto GEF Biogás Brasil para o plano da Cirsop.
Abre-se aspas para elucidar ao leitor que o projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e foi introduzido no país pela Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial), tendo como principal entidade executora o CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis).
A parceria feita do projeto GEF Biogás Brasil com o Cirsop visa o intercâmbio e a análise de dados sobre a gestão dos resíduos sólidos urbanos dos municípios que fazem parte do consórcio. O representante adjunto da Unido para o Brasil e a Venezuela, Clovis Zapata, frisa que a iniciativa tem importância a partir de vários prismas, do ambiental, passando pelo social ao econômico e estima que os investimentos para o tratamento de resíduos no oeste paulista podem chegar até R$ 700 milhões com a execução do projeto. “O trabalho que foi realizado aqui vai apresentar uma série de rotas tecnológicas para tratamento dos resíduos sólidos urbanos dos municípios que fazem parte do consórcio. Isso obviamente vai ter um impacto tanto do ponto de vista de gastos dos municípios, como também do recolhimento de impostos dos municípios para a região, assim como uma atração de investimento para a região. E no final, a gente estima que o impacto agregado deva ser algo entorno de R$ 300 milhões até R$ 700 milhões que virão para região para o tratamento dos resíduos urbanos”, especula Zapata.
Para o chefe de gabinete da Prefeitura de Presidente Prudente, Jonas Martins, que representou o prefeito Ed Thomas (PSB), os estudos sobre as rotas tecnológicas para gestão do lixo urbano têm a finalidade de “solucionar em definitivo, com a tecnologia mais moderna possível, todas a questão dos resíduos sólidos na região do oeste paulista”. “Prudente está tecnicamente ativo dentro consórcio, participando desde do início. O prefeito Ed Thomas incumbiu uma equipe que acompanha de perto. Este trabalho vai atender o interesse mais amplo da comunidade do oeste paulista e Prudente está acompanhando este trabalho junto ao Cisorp”.
O ex-prefeito de Regente Feijó e atual diretor de Obras do município, Marco Antonio Pereira da Rocha (PSDB), frisou que o município atua há mais de 5 anos na “construção” do consórcio e revela que a atuação conjunta dos municípios está “na iminência de encontrar uma solução para um problema que aflige os resíduos sólidos”. “O que prevalece aqui é a união e a consciência de todos que precisamos avançar nesses estudos e concluir isso rapidamente para dar uma resposta à sociedade e à legislação, que cobra muito dos gestores municipais”.
Na perspectiva da assessora de gabinete do Departamento de Meio Ambiente de Paraguaçu Paulista, Priscilla Cunha, que representou o prefeito Antônio Takashi Sasada (PSD) no evento, conta que há expectativas “grandes” por parte do município para execução do plano do Consórcio de Resíduos Sólidos. “Hoje temos uma dificuldade muito grande em relação à gestão de resíduos sólidos por parte do poder público. A gente tem visto as evoluções das etapas do plano do consórcio e com isso a gente acredita que vai trazer boas soluções para melhorar a eficiência da gestão dentro município”, compreende Patrícia.
