Citricultura é destaque no agronegócio do Estado de São Paulo

Território paulista conta com 465 mil hectares de pomares de citros

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 12/06/2020
Horário 10:48
Divulgação/Secretaria de Agricultura e Abastecimento -  Data é lembrada desde 1969 no território paulista
Divulgação/Secretaria de Agricultura e Abastecimento - Data é lembrada desde 1969 no território paulista

Em celebração ao Dia do Citricultor, comemorado na última segunda-feira, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado destaca as várias iniciativas ligadas aos produtores de São Paulo. “O citricultor é apaixonado! Muitos saíram do setor por questões econômicas, mas muitas famílias continuam batalhando”, salienta Dirceu de Mattos Junior, diretor do IAC (Centro de Citricultura do Instituto Agronômico), vinculado à pasta.

Vale ressaltar que a data é lembrada desde 1969 no território paulista. Em 51 anos, o setor passou por grandes transformações e o citricultor viu a produtividade dos pomares dobrar, passando de menos de 20 toneladas, por hectare, para as atuais 40 toneladas.

Para cada uma das pressões vivenciadas ao longo das décadas, a ciência, em parceria com o setor de produção, gerou respostas que contribuíram para alavancar esse segmento econômico, que representa 54% da produção brasileira de frutas.

A ideia de Mattos é confirmada por quem cresceu nos pomares. Antonio Carlos Simoneti, citricultor e presidente da ABCM (Associação Brasileira de Citros de Mesa), trabalha nos pomares desde os seus sete anos.

“Ser citricultor é uma paixão, herdei de família e peguei gosto, tem momentos difíceis, tem momentos de glória, tem problemas com o clima”, conta o produtor, que, aos 42 anos, comenta que a próxima safra deverá ter perdas de 30% em razão da falta de chuva e de temperaturas elevadas, que impactam nas floradas e, consequentemente, no sabor do suco.

Cenário da pandemia foi

positivo para o setor

Por outro lado, o citricultor comenta que a pandemia de Covid-19 incentivou o consumo de laranja e também da tangerina ponkan, que está em plena safra. “Tem altos e baixos, mas ganhamos mais do que perdemos, é o que a gente sabe fazer”, assevera o citricultor, que adota novas tecnologias de irrigação e adensamento e participa do Projeto Citricultura Nota 10, do Centro de Citricultura do IAC.

Antonio Simoneti adota tecnologias do Instituto Agronômico, entre elas, cultivares de laranja pera, tangerinas e já tem instalado um pomar com a IAC Maria, a primeira tangerina 100% nacional.

O produtor é a quarta geração da família de citricultores. Junto de seu pai, Luís Carlos Simoneti, e de duas irmãs agrônomas, ele conta que cuida de 600 mil pés de citros de mesa, distribuídos por seis áreas em Aguaí, interior paulista, e Minduri, no Sul de Minas Gerais. O citricultor relata que as frutas destinadas ao mercado in natura exigem elevado padrão de qualidade. Tangerinas, por exemplo, não podem bater e amassar.

“Já trabalhei em todos os elos da cadeia de produção: no balcão do packing do meu pai, tive box na Ceagesp em São Paulo por cinco anos, trabalhei na roça e faço parte da indústria”, resume. A decisão de deixar a venda no box foi motivada pelo objetivo de produzir qualidade no campo.

SAIBA MAIS

São Paulo tem 465 mil hectares com pomares de citros, distribuídos em 9,845 propriedades. Nessa área, 395 mil hectares são de laranja, onde são produzidas 350 milhões de caixas da fruta. O consumo interno varia entre 50 milhões e 100 milhões de caixas e o restante segue para exportação.

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