Cláudio Moreno: “Um cara que corria atrás dos assuntos e das respostas aos ouvintes”

O repórter/radialista foi mais uma entre as milhares vítimas da Covid-19, ou das sequelas deixadas por ela; amigos se despediram daquele que era pura alegria

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 22/08/2022
Horário 18:41
Foto: Arquivo
Cláudio Moreno foi mais uma vítima da Covid-19
Cláudio Moreno foi mais uma vítima da Covid-19

O repórter/radialista da Rádio Comercial AM de Presidente Prudente, José Cláudio Rocha Lins, mais conhecido como Cláudio Moreno, se despediu deste plano terreno, na tarde de sábado, no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, após 57 anos de vida. O sepultamento foi no domingo, às 14h45, no Cemitério Municipal São João Batista. O comunicador foi mais uma entre as milhares vítimas da Covid-19, ou das sequelas deixadas por ela, como narram alguns de seus amigos. Assim como que ele era “um cara que corria atrás dos assuntos e das respostas aos ouvintes”, como profissional. Cláudio deixa a esposa Lucia Helena Zulato Lins e a filha Larissa Zulato Lins.
A também radialista Neusa Matos, por exemplo, ressalta que, além de colega de trabalho como repórter (cerca de 30 anos), Cláudio era seu amigo pessoal, “fazia um churrasco muito gostoso!”, lembra a amiga. 
Ela diz que Cláudio era um grande profissional. Um grande repórter. Não tinha preguiça pra trabalhar. “Pensa num cara que corria atrás do assunto? Nossa! Então, a sociedade perde quando um colega da imprensa que tinha uma vontade muito grande de trabalhar parte”, ressalta. 
Neusa lembra, que, infelizmente, em maio de 2021, no auge da Covid-19, quando os hospitais estavam lotados, muita gente morrendo, ainda não tinha a vacina, Claudio pegou a doença. Ele ficou internado cerca de dois meses, e o que mais complicou seu quadro foi uma parada cardíaca que durou em torno de 10 minutos. 
Depois, já em sua casa, Neusa Matos conta que Claudio precisou ficar imobilizado na cama, usando sonda para se alimentar, para se hidratar, usando traqueo, e, segundo a sua esposa, Lucia Helena Zulato Lins, de vez em quando ele tinha alguns flashes de memória. Estava numa situação bem difícil, mas todos ainda acreditavam que ele fosse viver um pouco mais e com qualidade de vida. 
“Mas, recentemente, ele teve uma pneumonia e, infelizmente, como já estava muito debilitado, partiu e deixa uma lacuna muito grande. Estamos muito tristes, porque para ele não tinha tristeza. Todo dia ele inventava uma piada pra fazer a gente rir. Ele era muito querido, sabe? Vai fazer muita falta. Muita falta”, lamenta a amiga de longa data.

Foto: Cedida


Neusa Matos lembra com carinho do amigo

Um cara ímpar

Ronaldo Nascimento, hoje locutor e programador da 99 FM, lembra que Cláudio Moreno chegou na Rádio Comercial AM, onde ele já trabalhava para ficar no lugar do também amigo Douglas Bezerra como repórter, onde trabalharam juntos durante aproximadamente quatro anos. Segundo Ronaldo, Cláudio era um cara ímpar, apesar de brincalhão, porque ele era assim o tempo todo, brincava com tudo em todas as situações. “Mas nos momentos de seriedade era um cara muito diferente de muitas pessoas que eu conheço. Um cara fora da curva, uma pessoa fantástica, muito amigo, companheiro, conselheiro”.
Segundo Ronaldo, Cláudio era de agregar. Não era um cara de fofoca. Tinha o cuidado de não magoar ninguém, tanto que acredita que são poucas as pessoas que não gostam dele. Pela pessoa que ele era. De rápido acesso, não tinha meio termo. E no lado profissional “ele não tinha preguiça, corria atrás das matérias, era solícito a trazer as notícias, as respostas”. Principalmente na Comercial, que tem lá o Patrulha Comercial com a Boca no Trombone, “ele era muito atento a isso, já buscava as respostas e trazia pra tentar ajudar o ouvinte. Que é a nossa missão no rádio. Tentar entregar algo que ajude a população de alguma forma. E ele fazia isso muito bem feito”, frisa Ronaldo Nascimento.

Foto: Facebook

Da esq. para à dir.: Douglas Bezerra, Ronaldo Nascimento e Claudio Moreno

Fez a diferença com pouco

Para Ronaldo Nascimento, o legado que Claudio deixa é de um grande profissional. De um cara que, apesar de não ter uma formação de faculdade, por exemplo, se esforçou ao máximo para ser diferente. A faculdade faria diferença na vida dele? Talvez. Porque com o pouco de conhecimento que ele tinha e o que ele adquiriu ao longo da sua experiência de vida fez uma diferença muito grande. “O Claudio é um vencedor, um batalhador, um guerreiro, um cara que fez a diferença e com pouco. Essa é a minha visão de um cara que eu tenho muito respeito, muito carinho e que eu carrego no meu coração pra sempre”, fala Ronaldo, com a voz embargada de emoção.

Nas redes sociais

Inúmeras foram as manifestações de sentimento, de carinho e pesar pela morte do radialista, nas redes sociais, rompendo as fronteiras geográficas. No Facebook, por exemplo, Cleber Ferreira publicou uma foto do time de futebol, da imprensa, na qual Claudio está e escreveu: “Hoje, depois de comemorar a vitória do Grêmio Prudente, recebi a triste notícia do falecimento do nosso amigo Cláudio Moreno. Um cara que fez um grande trabalho no rádio Prudentino, sempre com muita dedicação, profissionalismo e alegria. Na foto, nosso time da imprensa, no qual ele era o capitão! O rádio e a imprensa prudentina estão de luto”.
Outro amigo deixou sua mensagem: “O rádio do interior do Estado de São Paulo está de luto. Faleceu Claudio Moreno. Repórter policial, dedicou sua vida a informar o público ouvinte de Presidente Prudente e região. Nós, comunicadores de Barretos [SP], enviamos votos de pesar aos familiares”, postou Beto Moreno.

Foto: Facebook


Claudio Moreno (segundo agachado à dir.) e o time da imprensa

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