Na segunda-feira (6), o fisioterapeuta Bruno Docusse inaugurou sua clínica, localizada no Espaço Concept (Rua Tenente Nicolau Maffei, 1247, consultório 05), em Presidente Prudente. Especialista em Osteopatia e Hipnoterapia, Docusse traz para a cidade uma proposta inovadora de cuidado integrado, que visa tratar não apenas o corpo, mas também a mente.
A nova clínica tem como foco o tratamento de dores crônicas, ansiedade, depressão e outras questões, a partir da combinação das duas especialidades. Em entrevista, o profissional explicou a filosofia por trás do seu trabalho.
Questionado sobre a polêmica afirmação em suas redes sociais de que a dor pode ser "real ou estar só na cabeça", Docusse foi categórico: "A resposta pode ser as duas". Ele esclarece que a dor surge da interpretação de uma ameaça em algum lugar do corpo.
"Então, a gente precisa mexer no lugar do corpo no qual a pessoa sente a dor, mas também mexer na interpretação de ameaça da pessoa", afirma. Segundo ele, muitas dores consideradas intratáveis têm origem em uma interpretação do meio que é percebida como não benéfica.
Para o fisioterapeuta, o maior equívoco no tratamento da dor crônica é focar apenas no sintoma físico. "Bom, aí falta uma parte do corpo, aliás, que é a mente. Então, mente e corpo são a mesma coisa. Eles funcionam de forma integrada e precisam ser abordados de forma integrada", defende.
Docusse detalha como emoções não resolvidas, como raiva, ansiedade, estresse e traumas, se manifestam fisicamente. "Por exemplo, raiva, você pode sentir os seus músculos se tensionando. Se você não processou ainda essa informação, essa emoção, você acaba a processando de maneira equivocada no dia a dia", explica. O mecanismo, portanto, está na somatização de conflitos emocionais mal elaborados.
Sobre a atuação da hipnoterapia, o especialista afirma que a técnica ajuda o paciente a "perceber a realidade de outra maneira". "O problema muitas vezes não são os acontecimentos em si, mas a percepção que a pessoa tem sobre eles e é isso que gera o problema", diz.
Para ilustrar a necessidade da abordagem integrada, Docusse usa o exemplo do bruxismo (ranger de dentes). "Se a pessoa tem uma raiva não processada... ela pode fazer o que ela quiser, mas no momento que ela passar por essa raiva, ela vai voltar a ranger os dentes", analisa. Neste contexto, o tratamento puramente físico, como o uso de uma placa de mordida, pode não ser suficiente sem abordar a causa emocional.
Já a osteopatia, complementa, entra com o papel de "ajudar o corpo", olhando para ele de forma integral. A combinação das duas técnicas se mostra mais eficaz em "condições mais complexas, dores crônicas que não foram bem resolvidas, problemas, às vezes, meio obscuros, que a pessoa não sabe de onde vem".
Para aqueles que convivem há anos com uma dor aparentemente sem solução, Bruno Docusse deixa uma mensagem de esperança e ação. "Claro, existe esperança e, além de esperança, o mais importante, tem ações que você pode tomar hoje que já vão poder te ajudar muito", finaliza o profissional, abrindo as portas de seu novo consultório para quem busca um caminho diferente para a cura.
