Quando surgiram os primeiros casos do novo coronavírus, as únicas certezas eram que se tratava de algo altamente contagioso e com possíveis consequências graves de saúde. Desde abril de 2020, o Brasil decretou a pandemia e várias medidas preventivas para conter a doença foram necessárias. Para seguir as recomendações sanitárias, a sociedade privada também precisou se readequar rapidamente para manter suas atividades em funcionamento com segurança.
A Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), por exemplo, que possui uma comunidade acadêmica de aproximadamente 18 mil pessoas, reuniu e instituiu, desde o início, a Comissão Permanente de Prevenção à Covid-19. Os integrantes são profissionais da saúde e de diversas outras áreas, que colaboram nas decisões institucionais neste momento crítico.
O médico e coordenador da comissão, Fernando Valejo, que é também responsável pelo internato do curso de Medicina em Presidente Prudente, ressalta que logo no aparecimento dos primeiros casos de Covid no Brasil, a Unoeste tratou de formar a equipe para discutir de forma técnica e estratégica as melhores atitudes a serem tomadas pela instituição, com objetivo de reduzir o impacto desta patologia na comunidade acadêmica.
“De início, as decisões da comissão possibilitaram criar ações concretas, estratégicas, que foram desde a suspensão temporária das aulas, atitude necessária naquele momento de incertezas, até a criação de regras para orientar as diversas medidas sanitárias, como distanciamento social, disponibilidade de álcool gel, aferição de temperatura, dentre outras. Hoje, a comissão trabalha permanentemente avaliando cada momento epidemiológico e ajustando as ações institucionais, permitindo que a Unoeste se mantenha ativa na proposta de mitigar o impacto deste difícil momento na sua comunidade”, explica o coordenador.
O professor da Enfermagem, Eduardo Fuzzetto está na equipe e salienta que os múltiplos olhares dos membros da comissão oferecem condições para que as ações ultrapassem as questões epidemiológicas e de transmissão da doença. “Temos a visão do corpo docente, para sabermos as dificuldades acadêmicas; dos profissionais do Sesmt, da Segurança, Jurídico, Relações Trabalhistas, Marketing, além de representantes dos campi de Jaú e Guarujá”.
Ele pontua que a comissão ainda trouxe uma importância no cenário externo, principalmente com a retomada dos estágios dos cursos da saúde, pois os estudantes estão em hospitais, unidades de saúde, entre outros. “Para nós docentes, que estamos com os alunos nestes momentos, a comissão é um suporte fundamental. Certamente fomos modelo para outras instituições, porque a Unoeste possibilitou o retorno gradual dos estudantes da saúde logo que permitido pelas autoridades. Então acabamos sendo exemplo no país”.
Outro ponto destacado pelo professor é a divulgação de informações, feita pelo Marketing da universidade. “Inclusive para fortalecer a corresponsabilidade de cada um perante à prevenção dentro e fora dos campi. A prevenção da Covid é papel de todos nós”.
Quem também integra a comissão é o aluno do 9º termo do curso de Medicina, Eraldo de Azevedo Coelho Junior. Junto aos demais profissionais, Eraldo representa o corpo estudantil para que as tomadas de decisões também atendam as preocupações dos universitários. “Passo a visão e o funcionamento dos alunos frente aos estágios e a pandemia, dando esse feedback também à comissão para que a opinião dos alunos e sua vivência possam ser levadas em conta nesse período tão complexo”, comenta.
Enquanto estudante, que conhece ambos os lados, o futuro médico salienta que a comissão tem uma estrutura completa para compreender o momento e propor medidas e soluções de todos os setores, com protocolos para conter o avanço da pandemia na universidade. “Para que, assim, com toda essa estrutura e atenção, possamos ir retornando aos poucos à normalidade do nosso cotidiano, com segurança”.
Paulo Henrique Teixeira, coordenador do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho da Unoeste (Sesmt), destaca que a comissão trouxe mais realidade para os protocolos elaborados pela universidade, pois conta com representantes de vários setores que vivenciam situações diferentes. “Então conseguimos tornar os protocolos mais eficientes de acordo com a necessidade de cada setor, inclusive dos estudantes. Assim cada representante pode levar as especificidades de sua rotina e nós conseguimos elaborar ou atualizar protocolos mais efetivos”.
Conforme Paulo, já foram elaborados mais de 30 protocolos de biossegurança, sempre atendendo as orientações das autoridades estadual, federal e dos municípios de Presidente Prudente, Jaú e Guarujá. “Podemos garantir que este trabalho vem gerando resultados positivos, pois não tivemos que fechar nenhum departamento por contágio geral. Ou seja, mostra que as medidas de prevenção, juntamente com as informações sobre o vírus levadas a toda comunidade acadêmica, estão dando certo na Unoeste”, conclui.