Contemplação e ação

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 17/07/2022
Horário 06:00

No próximo domingo, o 16º do Tempo Comum, o Evangelho da missa apresenta um episódio da vida de Jesus: a visita à casa dos irmãos Lázaro, Marta e Maria. O acontecimento é cheio de significados. Às vezes, interpretado como se quisesse fazer uma oposição entre “ação e contemplação”, como se fossem duas realidades antagônicas. A oposição seria assim: Maria seria a imagem da contemplação e Marta, a da ação. E isso, ainda mais complexo, porque Marta parece receber de Jesus uma advertência: “Marta, Marta!” (Lc 10,42). Mas, a interpretação de oposição fere o significado do relato. De fato, há uma incompreensão da parte de Marta quanto à atitude de sua irmã, Maria, que se põe a escutar o Mestre. E, por isso, Jesus chama a atenção de Marta acerca de que essa é a parte que nunca deve faltar. “Escutar”, não apenas com os ouvidos, mas com o coração. Da escuta, duas atitudes são consequências: amar e obedecer. Escutar o outro é sinal de amor quando o coração está aberto a acolher não apenas palavras, mas o próprio semblante de quem fala. Certamente Maria tinha um coração cheio de amor para com o Mestre ao ouvi-lo. E a resposta de Jesus para Marta indica que Maria estava feliz com a escolha. A escuta leva à obediência. Aqui a interpretação parte da etimologia da palavra: obedecer vem do latim “ob-audire”, escuta de. É claro que nascendo da escuta a obediência não tem nada de arbitrário. E, sobretudo, quando se ama. Assim, obedecer aproxima-se de amar. Sendo a “melhor parte”, escutar será sempre escuta da proposta de amor da parte do Senhor. Mas, atenção: amar e obedecer levam sempre ao serviço. A contemplação ilumina a ação. O que escutamos, ouvimos, anunciamos.Talvez seja preciso esclarecer mais ainda: quando falamos de “contemplação e ação”, somos levados a pensar em oração e atividades. Está certo isso. Mas é preciso ter em mente que as duas realidades não se opõem nem se excluem. “Ora et labora”, assim afirma o moto dos beneditinos. Contemplar para agir, agir e contemplar. Escutar o Mestre e trabalhar pelo seu Reino. É possível ainda outra reflexão dentro desse binômio: amar e obedecer levam-nos a acolher. Marta recebe Jesus em sua casa. É uma acolhida fecunda. Jesus ensina a Maria, Jesus ensina a Marta. Todos aprendem quando acolhemos Jesus em nossa casa, em nosso coração. É preciso, pois, estar abertos para acolher, escutar, amar e obedecer. (Autor:Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal (RN). Fonte: https://www.cnbb.org.br).

MINI SERMÃO:
16º Domingo do Tempo Comum (Lc 10,38-42)

Encontra-se revoltado com alguns da comunidade que nada fazem, pois se ocupam exclusivamente da oração? Acredita que apenas você trabalha? Cuidado! Você corre o risco de se queixar e dar ordens a Deus. Você se acha mais útil que os demais? Sinal de que o orgulho já tomou conta de seu coração. O ativismo na obra não nos deixa ocupados com o Senhor da obra. Aprenda a se ocupar com Jesus: sente e escute. Se assim não for, toda ação será vazia! (Autor: Padre Rafael Moreira Campos).

AGENDA PAROQUIAL: Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Presidente Venceslau
- Missas -
Sábado: às 18h - Capela Nossa Senhora Aparecida e às 19h30 - Igreja Matriz;     
Domingo: às 7h - Capela São Judas Tadeu, às 8h30 - Capela Nosso Senhor do Bonfim, às 10h - Igreja Matriz, às 17h - Capela Santa Edwiges e às 19h - Igreja Matriz

MENSAGEM DO PAPA:
No Evangelho de hoje o evangelista Lucas narra acerca de Jesus que, enquanto está a caminho rumo a Jerusalém, entra numa aldeia e é acolhido na casa de duas irmãs: Marta e Maria (cf. Lc 10, 38-42). Ambas oferecem acolhimento ao Senhor, mas fazem-no de maneiras diferentes. Maria senta-se aos pés de Jesus e ouve a sua palavra (cf. v. 39), enquanto que Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa; e a um certo ponto diz a Jesus: “Senhor, não te importas que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me ajude” (v. 40). E Jesus responde: “Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (vv. 41-42). Hoje andamos totalmente ocupados, com frenesi, com tantos problemas — alguns dos quais não importantes — que deixamos de ter a capacidade de ouvir. Andamos continuamente atarefados e assim não temos tempo para ouvir. E eu gostaria de vos perguntar, de vos apresentar uma questão, cada qual responda no seu coração: tu, marido, tens tempo para ouvir a tua esposa? E tu, esposa, tens tempo para ouvir o teu marido? Vós, pais, “perdeis” tempo a ouvir os vossos filhos? Ou os vossos avós, os idosos? — “Mas os avós dizem sempre as mesmas coisas, são tediosos...” — Mas têm necessidade de ser ouvidos! Ouvir. Peço-vos que aprendais a ouvir e a dedicar tempo à escuta. Na capacidade da escuta está a raiz da paz. (Fonte: www.vatican.va/content/francesco/pt/angelus/2016).

Padre Rafael Moreira Campos
Adm. Paroquial Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Pres. Venceslau/SP
"Ouse ser o melhor. Ame!"
Instagram @padrerafaelmoreira
Facebook www.facebook.com/rafaelmoreiracampos
Informações: Cúria Diocesana (18) 3918-5000
 

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