Contratações caem 22,9% nos dois primeiros meses

Cenário está relacionado à falta de vagas e qualificação profissional; na Sert, quadro é mais positivo, com dobro de colocações

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 08/04/2017
Horário 09:35


A estudante Paloma Fernandes, 18 anos, chegou a Presidente Prudente há três meses e, desde então, está em busca de um emprego para poder pagar a faculdade que deseja fazer. Até o momento, ela já entregou mais de 100 currículos, mas ainda não conseguiu nenhuma vaga. O cenário difícil é apontado por grande parte das pessoas que recorre ao Balcão de Empregos da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico). Nos dois primeiros meses de 2017, 278 pessoas foram contratadas por meio do departamento, sendo 135 durante janeiro e 143 em fevereiro. No mesmo período do ano passado, 361 admissões foram efetuadas. Deste total, 209 em janeiro e 152 no mês seguinte. Se comparadas as duas somas, o número de contratações registrou uma queda de 22,9%.

Jornal O Imparcial Em busca de vaga, Paloma já entregou mais de 100 currículos

Conforme a responsável pelo Balcão de Empregos, Edileusa Alves Palin, os principais problemas enfrentados para a inserção no mercado estão relacionados com a falta de qualificação profissional e de vagas, que apresentaram redução significativa nos últimos anos. Em 2015, a média mensal era de 2 mil vagas por acúmulo, que se mantinham ao longo de todo o mês, enquanto em 2016, os números não ultrapassaram 600. Em 2017, por sua vez, a média fica dentro de 300 vagas. Apesar disso, Edileusa destaca que o quadro começa a apresentar melhoras, principalmente nos setores de curtumes, supermercados e frigoríficos. No ano, o que mais contrata é o segmento de vendas, enquanto o administrativo é o que menos emprega. Ainda há os casos onde a vaga existe, mas a pessoa não possui o ensino fundamental, que é o pré-requisito mínimo.

Quanto ao balanço dos dois primeiros meses do ano, o Balcão de Empregos recebeu 17.957 currículos, efetuou 7.595 encaminhamentos e realizou 13.037 atendimentos. Este número não corresponde ao total de pessoas atendidas, uma vez que o candidato pode procurar o balcão mais vezes após o prazo de 10 a 15 dias, quando há um processo seletivo em andamento, ou diariamente, na eventualidade de não procurar uma vaga específica e possuir mais de uma experiência. "O balcão divulga todos os dias uma lista atualizada com as vagas em aberto, então, há pessoas que vieram ontem e retornam hoje, por exemplo. Logo, fazer o cálculo por pessoa corresponderia a um número irreal, já que uma pessoa poderia ser contabilizada mais de uma vez", explica a responsável.

Edileusa ainda pontua que, por semana, o Balcão de Empregos recebe, em média, 2.095 currículos por semana e presta de 2 mil a 2,5 mil atendimentos. Nos últimos dias, intermediou a contratação de 50 candidatos em uma empresa local e encaminhou 58 pessoas para entrevistas de emprego em um supermercado do município. Atualmente, oferece à população 324 vagas, sendo que o número pode variar diariamente, conforme contatos com as empresas.

 

Sert


Durante o mês de março, o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Sert (Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho) intermediou a colocação de 34 candidatos no mercado de trabalho e encaminhou 245 pessoas para entrevistas de emprego. Em relação aos dois primeiros meses do ano, o posto registra 50 contratações, 755 encaminhamentos e 99 vagas oferecidas. No mesmo período do ano passado, foram 24 colocações, 639 encaminhamentos e 123 oportunidades de trabalho. Diferentemente do Balcão de Empregos da Sedepp, a Sert apresenta um panorama mais otimista, uma vez que o número de contratações duplicou no período mencionado.

 

Na fila

Desempregado, Vitor Paulo da Silva, 38 anos, tenta uma colocação no mercado de trabalho há seis meses, com o objetivo de complementar a renda familiar. Ele já fez a entrega de "vários currículos" e, apesar de ter maior experiência com a função de garçom, afirma não ter preferência por uma área específica. "O que aparecer, estou aceitando", relata. Já o também desempregado Adriano Andrzejewski, 53 anos, está entregando currículos há nove meses e, enquanto não é contratado, ganha a vida fazendo bicos. Para ele, a maior dificuldade existente no mercado está relacionada à idade. "Eu tenho 53 anos, então, eles preferem pessoas mais jovens. Acho que essa visão deveria ser mudada, pois pessoas mais velhas significam pessoas mais experientes", pontua.

 
Publicidade

Veja também