Cooperlix elabora novo cronograma

PRUDENTE - Estevão Salomão

Data 14/08/2015
Horário 09:31
 

Três meses após contrato firmado entre Cooperlix (Cooperativa dos Trabalhadores de Produtos Recicláveis) e Prefeitura de Presidente Prudente, o grupo ainda não possui um novo cronograma de coleta que contemple todos os bairros da cidade. O acordo de prestação de serviços foi assinado em 30 de abril, no entanto, até o momento o funcionamento da coleta seletiva ainda gera múltiplas reclamações por parte dos munícipes. Questionada sobre a demora na apresentação do roteiro, a cooperativa garante que o cronograma está em processo de elaboração.

Conforme a presidente da Cooperlix, Maria Aparecida Assis Silva, atualmente os trabalhos são feitos de acordo com roteiro "antigo". Mas afirma que há dois meses trabalha no mapeamento dos bairros para ajustar a coleta. "Por se tratar de uma área extensa para mapeamento, leva algum tempo", diz.

Ainda de acordo com Silva, a divulgação oficial de um novo planejamento deverá ocorrer na próxima semana. Antes porém, passará por análises de motoristas e catadores. Dessa forma, a cooperada informa que não tem como prever o início efetivo do novo cronograma nas ruas.

A Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento) informa que atende todos os requisitos dos contratos, firmados entre a prefeitura e a Cooperlix, sendo responsável pelo fornecimento dos veículos, apoio técnico e de equipamentos para desempenhar as atividades de coleta, sendo estes com observância da legislação trabalhista de saúde e segurança.

Apesar de nada concreto, a cooperativa afirma que seis caminhões serão divididos entre os 25 setores da cidade, para atender a demanda de todas as residências. "Não podemos estabelecer um horário fixo, mas os dias da semana serão definidos no novo calendário", acrescenta Paulo Francisco da Silva, presidente do conselho fiscal da Cooperlix.

 

Contrato

A cooperativa firmou convênio com o Executivo no dia 30 de abril, cujo montante repassado para funcionamento dos trabalhos foi de R$ 1.439.085. A partir do contrato, e para a execução do serviço, a prefeitura deve pagar à Cooperlix 12 parcelas iguais e sucessivas de R$ 119.923,75. O valor tem como referência a coleta mensal estimada em 300 toneladas, com valor de R$ 400 por tonelada do material reciclado.

No dia 28 de julho a cooperativa realizou uma reunião com o intuito de mudar o antigo mapeamento de coleta seletiva. "Faremos um planejamento para melhorar o serviço na cidade. O sistema atual ainda apresenta falhas e pretendemos deixar o trabalho mais eficiente", comentou a presidente.

 

Em falta

Em contato com moradores de sete bairros, a reportagem constatou que, em pelo menos seis, não foi realizada nenhuma coleta de recicláveis no último mês, o que tem causado o acúmulo de materiais em calçadas e lixeiras das residências. Questionada sobre o atraso na elaboração e publicação de um novo roteiro, a prefeitura, através das Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), disse que não tinha conhecimento das reclamações, pontuando que medidas imediatas serão tomadas para regularização da situação.

Para o funcionário público, Gilson Antonio, 49, morador do bairro São Lucas, o problema é constante e durante o mês de julho "nenhum caminhão fez a retirada dos materiais recicláveis". "Não há uma periodicidade concreta, variando em dias e horários. Seleciono o material para depositar no dia marcado, mas agora não sei se passa na segunda, na terça ou no sábado. Muitas vezes não passa dia nenhum", diz.

No Jardim Bela Dária o problema se repete, conforme a aposentada Margarida Aparecida Medeiros Raposo, 58. Conforme ela, garrafas, caixas de papelão, latas e os demais materiais recicláveis ficam expostos durante dias, sem o recolhimento por parte dos responsáveis.

Morador da Vila Áurea, o aposentado Wilson Medeiros, 65, afirma que durante o tempo em que permanece em casa não vê a passagem dos coletores. "Deixo o material na calçada e quem acaba pegando, muitas vezes, são catadores individuais", revela.

Conforme Diva Moura Vieira, 60, residente na Vila Industrial, todo o depósito de recicláveis fica no quintal de sua casa. "Eu não me lembro de quando eles passaram aqui pela última vez", diz.
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