Cooperlix recicla 200 toneladas de lixo por mês

PRUDENTE - BEATRIZ DUARTE

Data 19/04/2018
Horário 09:43
Jose Reis - Após coleta e triagem, lixo é processado por 90 funcionários, que integram quadro da Cooperlix
Jose Reis - Após coleta e triagem, lixo é processado por 90 funcionários, que integram quadro da Cooperlix

Atuante em 216 bairros da cidade, com o apoio municipal da Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento), a Cooperlix (Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente) recebe cerca de 200 toneladas mensais de lixo, processados pelos 90 cooperados que compõem o quadro de funcionários.

Segundo Maria Aparecida Silva, presidente da cooperativa, o balanço mensal de 200 toneladas é avaliado de acordo com o produto que já passou pelo processo de reciclagem e está apto para a venda. Essa quantidade não inclui os itens em estoque que ainda não passaram pela triagem. Devido ao grande número de materiais armazenados, advindo de coletas e doações, a Cooperlix tem planos de ampliar o número de bairros atendidos. “É um desejo sem previsão, porque isso depende de mais caminhões e colaboradores, além de uma estrutura física maior, que possa comportar uma alta demanda de trabalho”.

Para desenvolver o serviço, a cooperativa possui um contrato com a Prefeitura, onde recebe um repasse de verba mensalmente. Essa quantidade é somada junto ao valor de produção da entidade, que resulta nos salários dos cooperados. Em média, conforme Maria Aparecida, a quantia é de R$ 980, mais o valor de produção, que gira em torno de R$ 520.

Em relação às principais dificuldades na hora de reciclar, ela comenta que é a mistura de resíduos que a maioria da população realiza por falta de conhecimento, como o lixo orgânico na mesma sacola do reciclável. Isso acarreta um atraso no trabalho dos cooperados, porque demanda maior tempo tirando rejeitos. No total, eles observam que cerca de 30% dos itens são considerados não recicláveis. “O pessoal coloca muitas coisas que não são recicláveis, como fraldas, sapatos, roupas e madeira. Já encontramos até bichos mortos e vivos, como gambás e gatos, que nós somente encontramos na hora que vamos passar o lixo pela esteira”.

Como medida preventiva, eles estão realizando o trabalho de divulgação, com a distribuição de folhetos explicativos e orientações em diversos bairros da cidade. O objetivo, conforme explica a presidente da Cooperlix, é que as pessoas entendem quais itens podem ser reciclados ou não. Os materiais recicláveis trabalhados pela cooperativa são: papéis, entre eles, jornais, revistas, livros, etc.; metais, como latinhas de refrigerantes; plásticos; vidros; e papelão.

 

Valor social

De acordo com o responsável pela Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar), Djalma Weffort, o lixo traz dois problemas principais. A saúde pública e a questão ambiental, pois o descarte de resíduos a céu aberto e sem disposição adequada pode trazer contaminação para o sole e a água, que depois abastece a população. Para ele, o trabalho realizado pela Cooperlix é importante porque fornece uma perspectiva de solução para o problema, além de informações para a comunidade e oportunidades de trabalho.

A falta de separação correta do lixo doméstico é um costume cultural. Segundo o especialista, as pessoas não entendem o grau de importância de contribuição dentro da cadeia ambiental. “O cidadão precisa compreender que ele não está fazendo para si e sim para o planeta”. Contudo, ele ressalta que muitas vezes a população não tem informação e nem condições financeiras, e nessa parte que deve entrar o poder público, como responsável por fornecer ferramentas para a reciclagem.

 

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