Coronavírus e a gripe espanhola

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 26/05/2020
Horário 04:50

O cientista Gabriel Leoung, considerado a maior autoridade mundial em infectologia, calcula que o coronavírus vai infectar 65% da população mundial e ocorrerão no mínimo 45 milhões de óbitos. Cálculo esse praticamente igual ao da gripe espanhola, que matou entre 1918 a 1920 aproximadamente 50 milhões de pessoas. O problema sério, leitor, é que o coronavírus só desiste quando não houver mais nenhum hospedeiro. Dessa forma, se não chegar a vacina a contento e não houver isolamento, será uma catástrofe maior que imaginamos. É triste escrever isso, leitor, mas fiz pesquisa comparativa e preciso expor.

O vírus avança rapidamente, já passamos de 1.000 óbitos por dia, mais que guerra com armas. É, portanto, necessária a colaboração de todos para que não ocorra o colapso dos hospitais e a escolha daqueles que deverão viver ou morrer. E pior, por asfixia. O vírus chega mais, entretanto, com assistência, muitos se salvarão e outros, terão ao menos morte assistida. Essa é a razão pela qual a OMS (Organização Mundial de Saúde) clama pelo isolamento social. Entretanto, em o Imparcial do dia 21/05, na contramão, o prefeito Nelson Roberto Bugalho declarou que “tudo indica” que o comércio de Presidente Prudente abra hoje. Como assim? É certo o desafio econômico, mas o ser humano quer, em primeiro lugar, viver - mesmo que esteja em campo de concentração - a vida fala mais alto. Dessa forma, talvez seja inevitável o lockdown, afinal a criança chora para tomar injeção, mas o pai não a substitui por xarope docinho que a faça sorrir, não é leitor?

Em alguns Estados, os sistemas de saúde já entraram em colapso... E não existe milagre de cloroquina ou qualquer outra “quina” que se queira inventar, pois os efeitos colaterais podem levar à parada cardíaca. Também é falta de humanidade o jogo político que se vê no Brasil acima da assistência à saúde e também a competição desvairada entre nações lutando vorazmente para liderar o ranking dos bens materiais, quando nenhuma delas, com seus arsenais de guerra, consegue vencer a invisível Covid-19

Não obstante, leitor, tudo é movimento, tudo passa. E esperemos que depois da tempestade venha a bonança, com a reflexão sobre o verdadeiro sentido da vida. E com o renascer “do sol” chamado: solidariedade, justiça e gentileza.

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