Coronel Pantaleão

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 13/09/2022
Horário 07:00

Chico Anysio foi um gênio do humor brasileiro e apresentou mais de 200 personagens ao longo de uma carreira de mais de 50 anos e diversos programas humorísticos na TV. Dentre seus tipos mais conhecidos estava Pantaleão, um senhor de idade, de barbas longas, com um par de óculos com uma lente escura e outra clara, sentado em sua cadeira de balanço contando histórias para suas visitas. Um bando de lorotas com mentiras bem cabeludas que faziam qualquer interlocutor desconfiar. Ao seu lado, a sempre companheira, a esposa Terta (Suely May) que ficava de prontidão para confirmar seus causos: “É mentira, Terta? Verdaaaade!”. O bordão ficou tão conhecido que virou título do livro “É Mentira, Terta?”, de 1973, do próprio Chico Anysio, e segundo costa, o personagem foi inspirado na obra de Graciliano Ramos (“Alexandre e Outros heróis”), que contava com um tipo bem parecido. Dentre os personagens que circulavam no entorno de Pantaleão, se destacavam Pedro Bó (Joe Lester), um rapaz meio abobalhado, e Soiza, um tipo preguiçoso (que gemia porque tinha um prego na cadeira, mas não tinha coragem pra se mexer: “Deixa, eu acostumo”).

“Procrastinadores crônicos” 

Sabe aquele deixar para depois, um cozinhar em banho-maria, protelar ao máximo um ato ou decisão? Isso é procrastinar. Todo mundo procrastina uma vez ou outra, sendo natural que algumas ações e resoluções não sejam tomadas intempestivamente. No entanto, tem gente que é procrastinador crônico: está sempre adiando, empurrando com a barriga, deixando pra última hora ou pra quando o caldo entornar. Quando isto se torna algo corriqueiro, tal comportamento pode acarretar prejuízos na vida pessoal, tanto sentimental quanto profissional. A procrastinação pode estar associada a condições psicológicas, como ansiedade e depressão, mas pode ocorrer também na ausência destes estados. Dentre os motivos que podem gerar essa procrastinação compulsiva, se destacam: 1) Baixa autoconfiança: com receio de falhar, ou por não se acharem bons o suficiente, acabam adiando planos ou evitando executar projetos com medo dos resultados, e quanto mais se aproximam da obrigatoriedade das entregas, mais se culpam e indiretamente contribuem para resultados mais inferiores do que poderiam oferecer; 2) Busca do prazer e conforto: grande parte dos procrastinadores evita se aborrecer ou vivenciar situações que serão dolorosas, e por isto, adia ao máximo resoluções, e tenta aproveitar o momento, deixando para depois os contratempos e dissabores; 3) Falta de meta e direcionamento: muitas vezes, as pessoas têm tantas demandas para cumprir, que se atrapalham em traçar com clareza suas próprias metas e horários. Vão abraçando causas e responsabilidades e acabam se atrapalhando em prioridades e soluções; 4) Medo de falhar: o receio de um resultado ruim pode boicotar até o início de muitas ações. A obrigatoriedade do sucesso e a cobrança por resultados positivos fazem a pessoa empurrar para amanhã, muitas ações que deveriam já ter sido iniciadas. A procrastinação é tão problemática quanto a impulsividade. Enquanto os impulsivos agem por respostas emocionais reativas, muitas vezes explosivas e impensadas, o procrastinador breca suas ações por excessos de racionalizações de suas próprias emoções. A balança do equilíbrio nem sempre é fácil de ajustar. 

Dica da Semana

Livros 

Obras literárias de Chico Anysio:
O grande Chico Anysio, além de seus trabalhos em cinema e TV, tem extensa obra literária com várias publicações. Destaque para: “O Tocador de Tuba” (77), “Negro Leo” (85), “Sou Francisco” (91), “Jesuíno, o Profeta” (93), “O Canalha” (2001), “O Fim do Mundo é Ali” (2011), dentre vários outros.
 

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