Corria de rua: que fenômeno é esse?

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 23/09/2025
Horário 05:00

Às vezes, você pode estar se perguntando: quem, em sã consciência, levantaria em pleno domingo, às 5h, 6h da manhã para correr 5, 10 ou 21 km (quilômetros)?  Te confesso que, hoje, provavelmente, muita gente já vem fazendo isso. Uma forma que muitos descobriram que precisariam para dar um sentido maior por algo que valesse ter uma disciplina, constância e até persistência que durasse a sua permanência. Evidentemente, quem nunca tentou ou se fez valer disso, não ousaria insistir numa atividade física para ter essa busca como qualidade de vida.   
É natural que de uns tempos para cá, muita gente vem aderindo e se infiltrando numa mania que vem crescendo e contagiando uma comunidade, uma cidade, se não o Brasil: a corrida de rua. Praticamente, pra quem ainda não teve o privilégio, a oportunidade de se desafiar numa corrida de rua, seja provável que ainda dê tempo. Muitos já vêm se preparando e buscando entender toda essa dinâmica de buscar alguma atividade física que possa lhe possibilitar realmente que tenha prazer, desafios e senso de mudanças. 
Quantos de nós, devido à teimosia, cobrança interna e persistência, insistem em fazer promessas que possam de alguma maneira lhe favorecer e até curar, pois entendeu que uma corrida de rua de maneira moderada poderá lhe fazer e trazer grandes benefícios. E, mesmo a ciência comprovando toda essa dimensão que, estar em movimento, de alguma maneira singular possa lhe fazer muito bem. Essa mesma ciência, por muitas vezes foi esquecida e deixada de lado por muitos. Hoje, pelo visto, ela vem ressuscitando muitos que já acreditam, dando sentido principalmente aqueles que nem imaginam o quanto o movimento físico é de extrema importância a todos nós seres humanos. 
Por que a gente começa a cortar atitudes ruins quando treinamos? Você começa a treinar, e do nada, começa a se afastar de certas pessoas. A dizer “não” com mais firmeza. A sentir que algumas atitudes não cabem mais. Coincidência? A ciência explica: o exercício físico não mexe só com o físico. Ele reorganiza seu sistema de decisão, clareza e autocontrole. 
Estudos mostram que treinar ativa o córtex pré-frontal, área responsável por julgar, escolher e se posicionar. É como se você fortalecesse, junto com os músculos, sua capacidade de dizer: “isso não é pra mim”. O exercício regula neurotransmissores como serotonina e dopamina, e reduz o cortisol (hormônio do estresse). Isso melhora o humor, aumenta a clareza e reduz impulsos destrutivos. Sim, até o impulso de manter o que não te faz bem. O treino vira um filtro interno. Não só de toxinas físicas, mas de atitudes, pessoas, hábitos. Você começa a perceber o que antes tolerava no automático. E a recusar, com o corpo inteiro, aquilo que não respeita sua nova frequência. 
Estudos clínicos revelaram que exercícios de alta intensidade podem aumentar em até 7,7 vezes os níveis de serotonina no corpo. E a prática regular reduz o cortisol, reequilibrando sua capacidade de reagir com clareza. Além disso, o exercício promove neuroplasticidade: seu cérebro literalmente se reestrutura pra resistir a padrões nocivos. Você começa a se cuidar e isso se espalha para tudo em volta de si. A rotina muda. Limites aparecem. O “chega” fica mais fácil de falar. Você se fortalece e a régua sobe. 
Afinal, é muito simples, basta um tênis, uma roupa leve e rumo à natureza que te espera. E preferencialmente, sempre buscar orientação de um profissional da área que possa melhor lhe orientar. E aí, firme na sua dieta diária de uma corrida de rua?

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