Covid-19 e as festas de fim de ano

OPINIÃO - Ricardo Beneti

Data 17/12/2020
Horário 04:15

O fim de ano se aproxima, tempo de estar junto à família e amigos... A renovação do calendário é uma genial maneira de nos fazer acreditar na mágica do raiar de um novo ano como uma solução para os problemas do cotidiano e a possibilidade de grandes projetos ou sonhos. O ano de 2020 tem sido difícil para todos! O surgimento de um vírus, de maneira inesperada, nos tomou de assalto vários planos e, infelizmente, muitos entes queridos. À parte do que fizemos de correto no enfrentamento deste vírus (e do muito que erramos), algumas verdades são inquestionáveis, dentre as quais a mais dolorosa: o vírus não se foi e a pandemia não acabou!
A realização das festividades de fim de ano não pode ser cega a esta situação. Isso não quer dizer que devemos nos trancar em casa ou aderir a um lockdown irracional. Pelo contrário, devemos usar a racionalidade a nosso favor, minimizando o risco àqueles que amamos e aos seus amados. Trata-se de um vírus com um alto índice de transmissão e não há receita 100% segura. Mas, considerando o conhecimento atual, podemos (e devemos):
- Restringir as festividades aos conviventes do mesmo lar, sem receber pessoas de fora.
- Mas, tudo bem, somos brasileiros, latinos, gostamos de nos misturar, arriscamos... Então, caso a opção seja receber convidados, o ideal é selecionar aqueles que já convivem diariamente com a família. 
- Realizar o evento ao ar livre; quanto maior a circulação de ar, menor o risco. Separar os lugares por famílias e manter um distanciamento mínimo de 1,5m entre as pessoas e as mesas. Restringir o número de pessoas e o tempo do evento.
- Disponibilizar álcool gel para todos os presentes e manter os alimentos cobertos.
- O correto é que as máscaras sejam retiradas apenas às refeições. Nestas festas, comemos e bebemos (obviamente sem máscaras) e isso aumenta muito o risco de contaminação (ainda, como agravante, ao consumir álcool tendemos a relaxar).
- Evite o contato íntimo; beijos e abraços animados podem esperar outra oportunidade.
- Muita atenção aos chamados “grupos de risco”. As aglomerações com idosos e portadores de doenças crônicas devem ser evitadas. Caso estes estejam dentre os convidados, a máscara como proteção respiratória ganha ainda mais importância.
- Seja rígido e cobre honestidade: em caso de sintomas, a pessoa (e sua família) não deve comparecer. O período de isolamento de uma síndrome respiratória (ou gripal) aguda é de até dez dias (independente que tenha sido confirmada Covid-19 ou não). E é possível reinfecção de quem já teve Covid-19. Ninguém está imune. 
Assim, utilizar alguns dos aprendizados que tivemos neste ano, visando uma real “virada de calendário”, livre de pandemia, é fundamental. Não há comemoração que valha o dissabor de uma doença na família ou ente querido. Para que tenhamos este e muitos outros finais de ano na companhia daqueles que amamos, não há receita diferente daquela que tem o recheio da consciência cidadã e uma cobertura abundante de responsabilidade.
 

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