Criança diz cada coisa bacana (2)

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que não fica em cima do muro

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 31/07/2022
Horário 05:30

A menina adorava o Natal, pois, afinal, ganhava presentes. Ela imaginava, como toda criança, que os presentes eram distribuídos pelo Papai Noel que percorre o mundo com seu trenó puxado por robustas renas. A garotinha escreveu uma carta pro bom velhinho com a lista de presentes. 
"Uma boneca grande para mim, um caminhãozinho pro meu irmão e uma Ferrari para o meu pai. Pode ser miniatura. Para a minha mãe traga um avental grande, pois ela não sai da cozinha", escreveu a criança. No arremate da carta, ela observou: "E o senhor toma cuidado para não ficar entalado na chaminé para não danificar os presentes".
Outra menina, a Mariazinha, ficou cabreira quando a mãe dela convidou um casal amigo para almoçar. Não por causa do convite, mas pelo o que ela ouviu. A filha escutou a conversa da mãe com a amiga no celular de última geração: "Te espero pro almoço de domingo, vou preparar aquele prato que você e o Anacleto tanto apreciam: carne de sol com macaxeira", explicou a mãe da menina.
Depois de ouvir a conversa, Mariazinha se trancou no quarto e lá ficou um tempão. Seu comportamento mudou, ela já não era mais a menina alegre, quase travessa, de antes.  
No domingo, coisa de meio-dia, apareceram os comensais, ou seja, o casal amigo chegou para filar a boia. Foi recepcionado pela mãe da menina, enquanto o pai descascava a macaxeira na cozinha. Logo depois o almoço foi servido. E a Mariazinha? Ela continuava trancada no quarto.
"Vem comer carne de sol, minha filha", disse a mãe. Foi difícil convencer a garotinha, mas, logo depois, ela saiu do quarto chorando e não quis almoçar. Preocupada, a mãe quis saber o motivo. "Vocês mataram o sol para fazer carne. Eu não vou comer o sol de jeito nenhum", afirmou Mariazinha, que naquele domingo preferiu jejuar, mesmo com as explicações sobre o prato em questão, uma iguaria nordestina para comer lambendo os beiços.
E outra menina, que passava a maior parte do tempo trancada no apartamento em São Paulo, divertindo-se com a babá eletrônica (tevê), foi passar férias na fazenda dos avós. Ela nunca tinha visto uma galinha antes. Estava com a mãe no quintal da casa quando uma galinha cruzou o terreno em disparada, quase em voo de galinha, que é como está a economia brasileira no reino de Riaj.
Mas, dizíamos, a galinha passou e a garotinha gritou: "Olha, mãe, lá vai uma Knorr". A mãe, óbvio, gastou saliva para explicar tintim por tintim, sem a interferência do repórter Tintim, ou, como disse um locutor, tantã por tantã por causa da origem francesa da expressão.
Já no programa “The Voice Kids”, um menino, depois de cantar, conversou com o cantor Victor, aquele que a Globo colocou na geladeira junto com o Zé Mayer. "Você canta há quanto tempo?", perguntou Victor, ao que o garoto, brincando, respondeu: "Canto desde que eu era pequeno". Genial, coisa do Baltazar da Rocha, personagem do saudoso comediante Walter D´Ávila.
E logo depois da tragédia com o time da Chapecoense, uma menina foi entrevistada pela televisão e falou bonito: "Eles subiram, subiram e chegaram ao céu". Perfeito e aproveito para fazer um agradecimento póstumo ao jogador Cleber Santana, que um dia ajudou o Santos a ser campeão.

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O sol nasce pra todos e a sombra pra uma minoria.

Em outros tempos, a lua era dos namorados e, hoje, é da Nasa.

A ponte para o futuro não tem futuro.

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