Crianças simulam combate à leishmaniose visceral

Em intervenção promovida pela VEM, atendidos pelo Cras identificaram materiais que favorecem a proliferação do vetor

PRUDENTE - André Esteves

Data 09/08/2017
Horário 12:18

Com o objetivo de propagar a educação ambiental nos bairros da cidade e construir uma consciência coletiva a respeito dos riscos da leishmaniose visceral para a saúde pública, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente promoveu, ontem, duas ações junto ao público infanto-juvenil das comunidades do Parque Alexandrina e Jardim Morada do Sol. Durante a manhã, 15 crianças e adolescentes atendidos pelo Cras (Centro de Referência de Assistência Social) do Alexandrina participaram da “Trilha Consciente”, que consistiu em um trajeto montado pelo órgão a fim de simular um terreno mal preservado e propício para a proliferação do mosquito-palha, responsável pela transmissão da doença. À tarde, foi a vez da garotada do Morada do Sol.

De acordo com a coordenadora do setor de IEC (Informação, Educação e Comunicação), da VEM, Cristiane Ragne, a tarefa das crianças foi assumir a função de agente comunitário de saúde0 por um dia e identificar aqueles materiais que favorecem o aumento dos criadouros do vetor, como folhas secas e galhos de árvores, restos de madeira, frutas em estado de decomposição e fezes de animais. Para tanto, os alunos acompanharam anteriormente uma palestra, por meio da qual foram ministradas as informações que contribuíram para a execução da tarefa. Ao final, eles passaram por uma prova, na qual testaram os conhecimentos adquiridos.

A estudante Samira Nadine Carvalho Dutra, 14 anos, acredita que a ação foi importante para ensinar a turma a “cuidar, limpar e se proteger”. Já o aluno Ezequiel da Costa Silva Santos, 13 anos, pretende replicar as informações para seus familiares. A atendida Yara Júlia Carvalho Dutra, 12 anos, por sua vez, pondera que o trabalho de prevenção estimula os colegas a dar mais atenção aos seus quintais. “Vou adotar o hábito na minha casa”, afirma.

 

A doença

Conforme a VEM, a leishmaniose visceral é uma patologia que, se não for tratada, pode ser fatal em 90% dos casos humanos. Estes são marcados por sintomas como febre prolongada, tosse seca, emagrecimento, crescimento de baço e fígado, fraqueza, diarreia e, em situações mais graves, sangramento na boca e no intestino. O tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Para os cães, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) não oferece tratamento, apenas acompanha aqueles animais cujos proprietários decidem custear a aplicação do medicamento Milteforan, que atua na remissão dos sintomas. Caso contrário, é preconizada a eutanásia. Os sintomas manifestados pelos cachorros são emagrecimento, fraqueza, queda de pelos, vômitos, febre regular, crescimento das unhas e feridas no focinho, nas orelhas e nas patas.

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