Crise exige que empresários ampliem a comunicação

OPINIÃO - Roberto Mancuzo

Data 05/04/2020
Horário 09:07

A crise do coronavírus (Covid-19) é um momento de ruptura para a grande maioria das empresas da região de Presidente Prudente. E como qualquer situação deste porte, não tem jeito: uma vez instalada, a crise quebra uma estrutura de tal forma que do mesmo jeito que um vaso se parte em vários pedaços ou um papel é amassado, sempre haverá marcas do que se passou.

A sua empresa estava preparada para esta crise? Por que meu concorrente está melhor do que eu? O que posso fazer agora que o vaso já está quebrado? Bem, são muitas as soluções e vou cravar talvez a mais importante e ao mesmo tempo a mais ignorada: a comunicação empresarial.

De antemão já afirmo que o empresário que deu as costas para o seu consumidor alegando que também foi vítima da crise do Covid-19 não só ampliou a quebra do vaso como dificilmente verá estes clientes novamente, porque o consumidor tem memória longa e sabe bem quem deu a mão para ele nos momentos mais difíceis.

Ter uma estratégia de comunicação, ou de conexão neste momento, é o que todo empresário sonha e alguns já colhem frutos importantes em meio ao desastre econômico que se instalou.

Uma pesquisa da Kantar Brasil Insights, publicada no final de março no site Meio & Mensagem, é clara em apontar que ou as empresas assumem o protagonismo agora e vêm a público ou estarão à margem da nova cultura social que surgirá após o Covid-19. O estudo foi realizado on-line com 500 brasileiros, com 18 anos ou mais entre os dias 13 e 16 de março de 2020 e é bem taxativo, tirando os que não quiseram ou não souberam responder:

  • 25% das pessoas querem que anunciantes sirvam de exemplo e guiem a mudança;
  • 21% dizem que a marca precisa ser realista e ajudar na prática os consumidores com dicas pessoais e profissionais de como suportar o isolamento;
  • 20% querem ver as empresas atacando fortemente a crise e mostrando que é possível sair deste labirinto;
  • 18% dos pesquisados esperam que as empresas usem seu conteúdo nas redes sociais para explicar e informar; e
  • 11% aguardam mensagens de apoio emocional para reduzir a ansiedade.

Eu afirmaria aos empresários que se a organização não está atendendo estes propósitos do consumidor é porque a falta de uma comunicação estratégica para momentos de crise os pegou em cheio e é hora de agir. A hora é propícia para aquilo que eles mais sabem fazer: lutar. Mas esta luta precisa ser estratégica e profissional. Chega de amadorismo e negligência. O vaso pode ser consertado e o quanto as marcas de ruptura estarão visíveis no futuro dependerá do que for feito agora.

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