Crise hídrica

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 04/09/2021
Horário 04:30

O país enfrenta a instabilidade política, econômica, inflação. E para melhorar o desafio, os reservatórios, responsáveis pela principal fonte de geração de energia elétrica do país, estão em níveis baixíssimos devido à maior seca em 91 anos. Os aumentos das tarifas de energia ao consumidor visam desestimular o consumo de energia e cobrir os custos adicionais com outros modais de geração de energia, como as termoelétricas. Fato que afeta diretamente os custos da indústria que tende repassá-los para o consumidor.
A inflação indesejada, capaz de corroer o poder aquisitivo dos assalariados, principalmente da classe baixa, também é uma forma de frear o consumo e, com isso, a produção industrial, fato que - neste ponto de vista - ajuda a evitar o colapso do sistema elétrico no país. Segundo o economista Gabriel Leal de Barros, em entrevista ao Correio Braziliense de 29 de agosto, “se não chover o suficiente no período úmido, que vai de outubro a abril [de 2022], o [IPCA] Índice de Preços ao Consumidor Amplo deve se manter na casa dos 8% neste ano e no próximo”.
Especialistas apontam que a seca, o desmatamento da Amazônia e a demora para acionar os outros modais de geração de energia são as principais causas do eminente risco de apagão. Neste contexto, o racionamento do consumo de energia pode ser uma realidade imposta a qualquer momento. O governo tem evitado o uso do termo “racionamento” e recentemente tem empenhado esforços na ativação de termoelétricas e importação de energia da Argentina e do Uruguai.
A causa da escassez de chuvas está ligada ao desmatamento da Floresta Amazônica, mas também ao fenômeno natural conhecido como La Niña e o aquecimento global. A solução de imediato é economizar água e energia elétrica, ser criativo com o orçamento doméstico, esperar que o governo haja a tempo e rezar para que São Pedro perdoe pela ambição desenfreada, que destrói as florestas, e nos traga água dos céus para irrigar as lavouras e encher os reservatórios das hidrelétricas para que movimente a economia do país.


 

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