Cursinho atende a 80 alunos de baixa renda em Prudente

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 28/03/2019
Horário 09:00
Cedida/Gustavo Castro - Encontros ocorrem de segunda a sexta-feira, no período noturno
Cedida/Gustavo Castro - Encontros ocorrem de segunda a sexta-feira, no período noturno

Há 15 anos, o cursinho alternativo popular “Rosa Luxemburgo” desenvolve o trabalho voluntário em prol das pessoas de baixa renda, sejam moradoras de Presidente Prudente ou de cidades da região. Mediante trabalho de uma equipe de profissionais especialistas em determinadas disciplinas escolares, o curso ministra aulas a pessoas maiores de idade que queiram aprimorar conhecimentos de nível médio, a fim de alcançar bons resultados em vestibulares, por exemplo. O trabalho gratuito retomou as atividades na semana passada, com aulas gratuitas que ocorrem na Etec (Escola Técnica) Professor Adolpho Arruda Mello, em Prudente, e atende a 80 alunos. O espaço foi cedido voluntariamente pela escola.

As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h, e duram um ano. Neste período, os participantes são submetidos a aulas teóricas e práticas, em diversas disciplinas que podem contribuir para alcançar resultados satisfatórios em concursos públicos e, até mesmo, na formação do ensino médio. E não existe restrição completa de idade para participar das aulas, basta ter mais de 17 anos e se encaixar no questionário socioeconômico aplicado durante a inscrição. “O cursinho contribui para a formação de cidadãos críticos, que tenham a mente pensante diante da sociedade em que vivem”, afirma Gustavo Castro, coordenador.

O projeto surgiu durante a 1ª Semana de Consciência Negra na Unesp (Universidade Estadual Paulista), em 2004. A intenção do grupo de alunos era criar projetos que colocassem a população negra dentro da universidade pública, já que na época eles observaram a baixa participação das pessoas no ensino. “Com o passar do tempo, o projeto cresceu e se estendeu às pessoas de baixa renda que, desde então, reúne os interessados nas aulas presenciais”, explica o coordenador. Inclusive, ele é ex-aluno do cursinho, o que possibilitou a formação em História pela UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul).

Trabalho em equipe

A atuação dos monitores e demais membros é “totalmente voluntária”, conforme Gustavo. “São 18 pessoas capacitadas, entre alunos, graduados, mestres e doutores, que ministram mais de 20 disciplinas, divididas de acordo com os temas específicos”. Dentre as matérias ensinadas aos estudantes estão: Língua Portuguesa, Matemática (álgebra, trigonometria e geometria), História e Geografia (do Brasil e geral), Biologia (citologia, genética e ecologia), Física (mecânica, elétrica e óptica), Química (orgânica e inorgânica), Inglês, Atualidades, História da Arte, Filosofia e Sociologia.

O professor explica que no meio do ano abrirá uma nova turma, no entanto, as vagas serão preenchidas por interessados que já estão na lista de espera que, no momento, tem 160 nomes. Em dezembro será disponibilizado o link na página do cursinho no Facebook para que o interessado preencha o questionário socioeconômico. Depois disso, a equipe analisa os documentos e fará a seleção daqueles que se encontram na faixa de baixa renda.

Saiba mais

Vale lembrar que o cursinho alternativo popular “Rosa Luxemburgo” não tem vínculo político ou governamental. Segundo o professor, a ação recebeu o nome “Rosa Luxemburgo” devido à atuação da filósofa e economista na luta pelas minorias, mulheres e trabalhadores de baixa renda, no começo do século 20.

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