Quem assiste ao “Jornal Nacional”, na Rede Globo, já se habituou à presença segura e ao sotaque sutil de Mônica Teixeira. Poliglota, com domínio de inglês e francês, a repórter prudentina construiu uma carreira sólida que inclui passagens por diversas emissoras e convivência com nomes como Rubens Ewald Filho e Serginho Groisman. Mas, por trás da imagem impecável na tela, está uma mulher que nunca esqueceu as ruas onde aprendeu a correr.
As lembranças de Mônica remetem a uma infância típica do interior: subir em pés de goiaba no quintal dos avós no Jardim Paulista, brincar de carrinho de rolimã e guerra de mamona. O ballet, que começou como uma necessidade para superar um problema ortopédico nos pés, acabou por lhe dar o equilíbrio que hoje demonstra nas coberturas mais complexas do país.
RAÍZES EM O IMPARCIAL E HERANÇA ACADÊMICA
O destino de Mônica no jornalismo parece ter sido traçado cedo. Filha dos renomados professores universitários, Dr. Márcio Antônio Teixeira (ex-diretor da Unesp) e Dra. Leny Rodrigues Martins Teixeira, ela cresceu rodeada de livros e com o jornal O Imparcial sempre à mesa. A leitura diária do periódico, assinado por seus pais, foi o primeiro passo para despertar o interesse pela comunicação.
A genealogia da jornalista também se confunde com a história de Presidente Prudente. Ela é bisneta de Pio Benguela, figura histórica que dá nome a uma rua na Vila Furquim e que foi prefeito da cidade em 1930. Mônica recorda com carinho das histórias dos avós paternos, Horácio e Margarida, e da avó materna, Ermelinda, que com seus quitutes e doces garantiu o suporte para que seus pais pudessem cursar o mestrado e doutorado em São Paulo.
O REFÚGIO NA VILA TAZITSU E O OLHAR SOBRE A PRUDENTE ATUAL
Apesar da rotina intensa no Rio de Janeiro e em São Paulo, o verdadeiro porto seguro de Mônica continua sendo a casa da família na Rua Kobata, na Vila Tazitsu, onde vive sua mãe. É para lá que ela foge, de duas a três vezes por ano, acompanhada do filho Vinícius, de 10 anos, em busca do aconchego que só a terra natal oferece.
Ao olhar para a cidade hoje, a jornalista nota um desenvolvimento vigoroso. Mônica destaca que Presidente Prudente se tornou uma cidade com opções culturais mais robustas, gastronomia de qualidade e uma vida universitária pulsante que injeta energia na economia local. Para o público prudentino, vê-la no "JN" é mais do que assistir a uma notícia; é ver um pedaço da história da cidade ocupando o horário nobre da televisão brasileira. (Texto de Homero Ferreira)