Da Nivea ao Aché, prudentino chega ao topo do setor farmacêutico

Diretor-executivo do 4º maior laboratório do país, Marco Antonio Teixeira construiu, ao longo de 26 anos, trajetória que o levou de estagiário a uma das principais lideranças do segmento

PRUDENTE - Sinomar Calmona

Data 12/10/2025
Horário 07:16
Foto: Cedida
Marco Antonio Teixeira, diretor-executivo do Aché, quarto maior laboratório do Brasil
Marco Antonio Teixeira, diretor-executivo do Aché, quarto maior laboratório do Brasil

Natural de Presidente Prudente, Marco Antonio Teixeira, 46 anos, é filho dos professores universitários Márcio Antonio Teixeira, ex-diretor da Unesp (Universidade Estadual Paulista), e Leny Rodrigues Martins Teixeira. É ex-aluno do Colégio Cotiguara. Sua base educacional teve um componente internacional decisivo: durante o ensino médio, morou por dois anos em Paris com os pais, onde estudou no tradicional Lycée Montaigne. De volta ao Brasil, formou-se em Administração de Empresas na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e, mais tarde, concluiu um MBA na prestigiada IESE Business School, da Universidade de Navarra, na Espanha.

A carreira de Marco Antonio no setor começou cedo, com um estágio na Nivea. Logo após, foi aprovado no concorrido programa de trainee da Johnson & Johnson, onde passou nove anos. Esse período, que ele define como seu “berço de desenvolvimento”, foi crucial para sua formação. Na multinacional americana, ele ganhou experiência em três áreas fundamentais: marketing (gerenciando marcas como Sundown), trade marketing (atuando na formação das primeiras equipes do setor no Brasil) e vendas (onde ascendeu a gerente nacional).

Aos 30 anos, sua fluência em francês e bagagem profissional abriram as portas para o cargo de diretor comercial no laboratório francês Pierre Fabre. Durante cinco anos, liderou uma profunda reestruturação que posicionou a empresa, até então com presença modesta no país, entre as três maiores no segmento de dermocosméticos no Brasil. Nessa fase, ele foi responsável por áreas como vendas, trade marketing, propaganda médica e inteligência de mercado.

Em 2014, retornou a São Paulo para assumir a diretoria comercial da Hypera Pharma (antiga Hypermarcas), na época o maior laboratório farmacêutico do país. Foram dez anos à frente da área, em uma fase de grande crescimento e consolidação da empresa. Nesse período, ele acumulou experiência valiosa ao lidar diretamente com o mercado de capitais, apresentando resultados a acionistas e bancos, e contribuiu para que a companhia mantivesse sua liderança no setor.

Maior desafio

Em 2023, o convite para se reunir com José Vicente Marino, ex-CEO da Johnson & Johnson e atual CEO do Aché, culminou em seu maior desafio: assumir a diretoria-executiva do quarto maior laboratório do Brasil. Com um faturamento bruto anual de cerca de R$ 13 bilhões, o Aché passava por um momento que demandava transformação. 

Sob sua liderança, que abrange as áreas de marketing, vendas, trade marketing e excelência comercial, foi iniciado um ambicioso projeto de “revitalização” da empresa.

“Nos últimos dois anos, iniciamos um processo de reestruturação da organização como um todo, passando pelas áreas fabris, de operações, comercial e financeira”, explicou Marco Antonio. O resultado já é visível: após um período de perda de participação, o Aché voltou a ganhar market share no mercado, sinal de que a reestruturação está surtindo efeito.

Visão para futuro

Questionado sobre os desafios estratégicos para os próximos cinco anos, o executivo aponta dois fronts principais. O primeiro é a relação com a classe médica, que deve chegar a 1 milhão de profissionais até 2030. “Há uma necessidade de transformações, principalmente tecnológicas e com uso de inteligência artificial, para estabelecer um diálogo próximo com essa nova geração de médicos”, analisa.

O segundo grande desafio, segundo ele, é a escassez de inovações. “A dificuldade de criar moléculas inovadoras faz com que os laboratórios compitam com base nas mesmas moléculas, o que pressiona preços e margens. A chave será superar essa barreira para criar diferenciais competitivos sustentáveis para a próxima década”, pontua Marco, traçando o cenário que ele e sua equipe no Aché terão que navegar para continuar a crescer.

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