Depressão na adolescência

OPINIÃO - Marcos Akira Mizusaki

Data 27/10/2021
Horário 04:30

Todos nós passamos por momentos difíceis que nos causam tristezas, desânimos e/ou dificuldades. Depois de alguns dias, estes sentimentos negativos são aos poucos mentalmente eliminados, possibilitando a continuidade de nossas vidas. No entanto, pessoas depressivas têm maior dificuldade de eliminar estes sentimentos negativos, permanecendo em suas mentes, criando um círculo vicioso.
A depressão consiste num transtorno afetivo, caracterizado por tristezas intensas e de longa duração, afetando de forma profunda a mente de um indivíduo. Estima-se que 80% de seus pensamentos estão voltados ao passado, prejudicando o presente e, consequentemente, suas perspectivas de futuro. A depressão se revela pelos seus sintomas, notadamente pelo humor deprimido, desinteresse por tudo, cansaço, diminuição de energia, alterações no sono, sentimentos de inutilidade, dificuldades de concentração, pensamentos suicidas, dentre outros, tudo de forma prolongada.  
Em se tratando de adolescentes, a depressão atinge aproximadamente 6%, sendo na sua maioria meninas. Além dos sinais reveladores já pontuados, os adolescentes depressivos tendem a apresentar humor instável, explosões de raiva, envolvimento em brigas, dificuldades de se divertir, resistências à socialização, dando sempre preferência às atividades solitárias, queda de rendimento escolar, irritabilidade, impulsividade e isolamentos.
As causas da depressão são multifatoriais, tendo se agravado nos últimos meses por conta do isolamento social prolongado. Estudos elaborados durante a pandemia revelaram que 74% dos adolescentes estavam com sintomas de tristeza, ansiedade ou irritação.
Portanto, é de extrema importância que os familiares e professores em geral fiquem atentos a estes sinais reveladores. Pessoas depressivas, sejam jovens ou adultas, necessitam de ajuda profissional (psiquiátrico e/ou psicológico) para saírem deste abismo mental, onde, com a devida orientação (e/ou com uso de medicações), conseguirão ser curar desta doença, sendo certo que quanto mais precoce o diagnóstico, melhores são os resultados no tratamento. 
Por fim, recomenda-se que os pensamentos voltados ao passado ocupem no máximo de 30 a 35% de seu tempo, sejam de coisas boas ou ruins. A primeira, para reviver bons momentos, e a segunda para que não incidam nos mesmos erros. Tempo semelhante deve ser destinado ao futuro, sempre planejando em suas perspectivas pessoais, familiares e sociais. O restante do tempo deve se concentrar no presente, seja com a família, trabalho, estudos, esportes, lazer, dentre outras, ancorados nos seus projetos de futuro. Pratique esse policiamento mental, pois também tem se revelado um santo remédio para não cairmos neste abismo mental chamado depressão.
 

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