Dermatologista faz observações sobre uso de repelentes contra dengue 

Médica Deusita Fernandes Gandia Soares indica que produtos com icaridina em sua fórmula são mais eficazes contra mosquito Aedes aegypti

Saúde & Bem Estar - CAIO GERVAZONI

Data 12/06/2022
Horário 10:12
Foto: Juca Varella/ABr
Para adultos, o uso, a depender do repelente, pode ser feito no máximo três vezes ao dia
Para adultos, o uso, a depender do repelente, pode ser feito no máximo três vezes ao dia

Mais de 7 mil pessoas em 15 municípios da região do oeste paulista já foram contaminadas com o vírus da dengue neste ano, conforme noticiado por O Imparcial. A doença é transmitida por meio da picada do mosquito Aedes aegypti e uma as formas de prevenção contra o dengue é o uso de repelentes. Neste sentido, a reportagem conversou com a médica especialista em dermatologia clínica, Deusita Fernandes Gandia Soares, sobre o uso do produto na pele. 
Deusita relata que os repelentes, em geral, são seguros para crianças acima de 2 anos de idade e gestantes, porém, nem todos são eficazes para afastar o mosquito da dengue e proteger contra a doença. “Isso porque os ingredientes que precisam estar na composição são o DEET, IR3535, ou icaridina”, realça a médica, que alerta a importância dos repelentes a serem usados estarem registrados na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo ela, entres os outros dois compostos químicos - DEET e IR3535 - que repelem o mosquito, a icaridina é a substância mais recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) por ser menos tóxica ao organismo, ter ação prolongada e menor capacidade de irritação da pele. “A maior qualidade da icaridina é a baixa toxicidade, ela não agride os tecidos do corpo do humano, não estraga roupas, plástico, nem outros materiais. Outra vantagem importante é que a icaradina tem uma ação longa, protegendo a pele por até 10 horas, então, a pessoa não tem a necessidade de ficar reaplicando, aumentando o risco de toxicidade”, explica a dermatologista. “A icaridina é hipoalergênica, ou seja, possui menor capacidade de irritação da pele, por isso é indicada para crianças, idosos e gestante”, completa Deusita. 

Uso de repelentes em crianças

A médica especialista em dermatologia clínica conta que o uso de repelentes em bebês e crianças de até dois anos de idade é contraindicado. “Temos que ficar em alerta com os repelentes, porque nem todos podem entrar em contato com a pele de pessoas grávidas ou de crianças. Inclusive, alguns não têm eficácia científica comprovada”, sinaliza Deusita. 
Segundo a especialista, repelentes com DEET ou icaridina são recomendados para crianças acima de dois anos, produtos que levam em sua composição o IR 3535 podem ser usados em crianças acima de seis meses de vida, porém, ela atenta: “a área corporal de crianças e bebês é pequena e sensível, assim os componentes químicos são absorvidos rapidamente. Não há nenhum estudo científico que comprova a eficácia e a segurança [do uso] em bebês. Então, os pais devem colocar calças, bodyzinhos [sic], mosquiteiros e telas nas janelas, são medidas fáceis, seguras e totalmente eficientes”, explica Deusita. 
“O ideal é não usar antes dos dois anos de idade, no entanto, em regiões com surto, a necessidade de proteger as crianças é maior, então, é importante uma orientação e entender que às vezes é melhor passar o repelente spray na roupa, fazendo uma nuvem de proteção envolta da criança”, realça a médica sobre o uso de repelentes em criança. 

Quantas vezes utilizar ao dia?

Segundo Deusita, em crianças de seis meses até dois anos de idade é indicado o uso uma vez ao dia. Para adultos, o uso, a depender do produto, pode ser feito no máximo três vezes ao dia. De acordo com dermatologista, os repelentes não devem ser usados junto com protetores solares.  

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