Descarte de entulhos em terreno gera queixas

Moradores do Limoeiro afirmam que Prefeitura tem despejado lixo em local impróprio; Semea diz que prática é “temporária"

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 31/10/2015
Horário 07:57
 

Moradores do bairro do Limoeiro, em Presidente Prudente, estão indignados com o que vem ocorrendo na localidade. Segundo eles, desde segunda-feira, caminhões da Prefeitura e carros particulares começaram a jogar entulhos em um terreno próximos as suas residências. Conforme os munícipes enfatizam, "a todo instante, caçambas repletas de galhos, lixo e, até mesmo, móveis velhos, são depositadas na área". Além disso, as famílias dizem que os veículos passam em "alta velocidade" e colocando em risco a segurança das crianças e demais pessoas que residem ali. Por sua vez, a Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente" informa que a prática é "temporária".

Vale ressaltar que, embora o bairro integre o Limoeiro, é situado em uma área rural, rodeado de chácaras e sítios, entrando pela Rodovia Júlio Budiski (SP-501), nas imediações da rede de tratamento de esgoto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Desta forma, os moradores ressaltam que é o local é "bem calmo" e que as pessoas, principalmente as crianças, circulam tranquilamente pela rua que dá acesso e "corta" o bairro, rotina que foi alterada, devido ao fluxo e à velocidade dos caminhões que estão transitando na via.

Jornal O Imparcial Restos de árvores e podas são depositados em terreno

Preocupado com a situação, considerada por ele como "muito errada", o segurança José Pedro da Silva, 50 anos, afirma que procurou a administração municipal para pedir que pare de jogar o lixo no terreno – que é de propriedade do Executivo. No entanto, ele ressalta que um funcionário da equipe de fiscalização da Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos), informou que o órgão não tinha conhecimento do ato.

Após levantar informações, José Pedro diz que o representante da pasta esclareceu que o Horto Florestal é que estava mandando os restos de árvores podadas para o terreno. "Foi isso que o fiscal me relatou", cita o segurança. Ele menciona que antigamente lixo era despejado no terreno, prática que findou em 2014. "Agora começaram a jogar novamente", lamenta. José Pedro pontua que ele e os demais moradores do bairro querem que a administração municipal suspenda o despejo imediatamente, pois é algo que acarreta problemas para todos. "É uma área rural, prejudica a natureza e todas as pessoas", reforça.

 

"Algo temporário"

Questionado sobre o assunto, o gestor da Semea (Secretaria Municipal do Meio Ambiente), Wilson Portella Rodrigues, confirma que restos de árvores podadas na cidade foram levados para o terreno. Porém, afirma que é "algo provisório". Ele menciona que os galhos são deixados no local, porque a empresa que fazia a trituração do material – por meio de um convênio entre a Prefeitura e a prestadora de serviços – interrompeu o trabalho provisoriamente, fato que ocasionou o depósito dos galhos no terreno. "É uma providência apenas pra suprir as podas do momento", justifica.

Portella esclarece que, na terça-feira, uma máquina vai triturar os galhos e os resíduos serão doados para produtores, como adubo natural. Além disso, esclarece que um funcionário público permanece no terreno para evitar que outras pessoas joguem lixo na localidade. "Estamos apenas levando restos de árvores. Jogar lixo lá é proibido", expõe o secretário.

 

Mais moradores

Embora seja "algo temporário", conforme explica o secretário da Semea, os moradores dizem que o fato mudou a rotina do lugar e pedem que a ação seja suspensa.  Residindo nas imediações do terreno, Maria Madalena Silva Gasparim, 46 anos, Erasmo Bispo de Barros, 47 anos, e Rose Aparecida Costa, 53 anos, consideram o ato "um grande erro por parte do Executivo" e uma atitude prejudicial. Para eles, a situação não pode continuar e a Prefeitura tem que tomar uma atitude a respeito. "Estava tudo em ordem, mas voltaram jogar o lixo no terreno. Queremos que isso pare", reivindicam.
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