Despedida aos que perderam a batalha

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 10/01/2021
Horário 04:03

A perda de um ente não é fácil, ainda mais quando vítima da Covid-19. Nos últimos meses, despedir-se de alguém se tornou complicado devido às normas sanitárias em sepultamentos que, muitas vezes, impedem a realização dos velórios. Essa foi e está sendo a realidade de mais de 200 mil famílias no Brasil, que não puderam dar uma despedida digna àqueles que tiveram os sonhos interrompidos pela doença. Porém, uma campanha traz uma nova maneira para homenagear os que perderam suas vidas: o “Bosque das Memórias”. 
A ação está sendo promovida em todo o país, como forma de “abraçar” os amigos e familiares que não puderam dar o último abraço nos mortos. 
Em Presidente Epitácio, o projeto é desenvolvido pela Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar) e consiste no plantio, com placa de identificação com o nome da espécie e o da pessoa que perdeu a luta contra o novo coronavírus. A campanha vai ao encontro do que muito tem se falado nos últimos meses, que é o respeito, a empatia e a compaixão entre os membros da comunidade. 
Viver o luto após a morte de alguém próximo é importante, e cada um tem o seu tempo para expressar esse sentimento. Mas, acima de qualquer dor, é válido tirar uma lição sobre cada perda, seja a de valorizar a vida, ou de encontrar respostas para o crescimento pessoal. Desta forma, estar próximo a um memorial possibilita que a tristeza dê espaço à reflexão. Porém, isso pode variar conforme as culturas e crenças, pois nem sempre o luto é vivenciado da mesma forma. Alguns usam preto, outros, branco – varia conforme cada um enxerga o momento da partida.
Não se pode negar que a dor, a angústia e a revolta estarão presentes nos dias que sucedem a perda, é algo normal da vida e que merece ser encarado. Mas, a partir do momento em que se tem um ombro amigo, até mesmo um local específico para meditação, viver o luto pode se tornar mais confortável, o que possibilita reviver de uma forma mais “tranquila” as memórias que ficaram de quem perdeu a batalha. 

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