Destino de hospital psiquiátrico é indefinido

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 30/12/2015
Horário 05:53
 

Com o encerramento das atividades do Hospital Psiquiátrico São João, de Presidente Prudente, anteontem, a destinação do prédio desativado ainda não está definida, conforme Lilian Bordin, que até então gerenciava a instituição. O último dia de cumprimento do aviso prévio dos 89 funcionários desligados da instituição é hoje.

No entanto, boa parte dos profissionais foi dispensada com antecedência, conforme Bordin, pois seus serviços já não eram mais necessários, com a transferência dos 40 pacientes curatelados, que ainda estavam sob os cuidados da instituição, ao Hospital Bezerra de Menezes na manhã de segunda-feira.

Apesar de não saber especificar exatamente a extensão do prédio do São João – que ocupa uma quadra inteira no Jardim Aviação - e a quantidade de cômodos existentes no local, Lilian esclarece que o que será feito do espaço ainda não está definido pela família que é proprietária da unidade de saúde mental, bem como do imóvel. A destinação dos equipamentos do local também é incerta, mas é possível que sejam enviados para outras unidades de saúde pertencentes aos proprietários do sanatório.

Jornal O Imparcial Hospital Psiquiátrico São João encerrou atividades anteontem

"Isso ficará a cargo deles, mas temos muitas coisas para resolver ainda, o fechamento foi algo muito recente", declara Lilian. Apesar do fim do aviso prévio dos funcionários, de acordo com ela, algumas pessoas continuarão nos próximos dias para controlar a situação da instituição. Os trabalhadores do São João receberam o salário de dezembro normalmente, e agora deverá ser marcada uma data para a realização da rescisão do contrato de trabalho, bem como pelo pagamento do restante do 13º salário.

A unidade encerrará suas atividades sem dívidas com fornecedores, de acordo com Lilian. Já os alimentos perecíveis e não perecíveis da unidade foram doados ao Bezerra de Menezes, que está atendendo os pacientes curatelados. Os demais pacientes do São João foram transferidos para as Residências Terapêuticas do município.


Receio do abandono


Gustavo Oliveira Souza, 19 anos, que trabalha em um açougue defronte ao hospital, afirma que as pessoas estão com receio de que o espaço fique abandonado, com o desligamento da unidade, e que atraia usuários de drogas, especialmente à noite. "Acho que eles precisam dar uma utilidade a esse local para que, justamente, não possa ser ocupado por pessoas estranhas, pois é muito grande, ocupa um quarteirão inteiro", declara.

O açougueiro lamentou o fechamento da unidade, dizendo que a transferência de pacientes para outros locais "causa uma bagunça, afetando as famílias". A balconista Luciana Pranchini Luiz, 29 anos, por sua vez, também ressalta que a desativação do São João é "um fato triste, pois ele era um ponto de referência no bairro". Para ela, as instalações da unidade de saúde mental podem ser utilizadas para diversos fins, entre eles, se tornar um hotel, um abrigo de idosos ou uma clínica de recuperação. "O importante é que não fique sem uso, porque isso sim seria perigoso para nós, que moramos nas proximidades", considera.
Publicidade

Veja também