Deus amou tanto o mundo

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 21/03/2021
Horário 06:00

Uma das mais belas e consoladoras frases bíblicas é: “Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho único para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Para nos falar de seu amor, Deus serviu-se das experiências de amor humano. Todos os amores humanos –conjugal, paterno, materno, de amizade– são páginas de um caderno, ou faíscas de um incêndio que tem em Deus a sua fonte e plenitude.

Na Bíblia, Deus fala do seu amor com a imagem do amor paterno –feito de estímulo e impulso–. O pai quer ver o filho crescer e por isso o estimula a dar o seu melhor. Também corrige, dá liberdade e segurança ao filho para que se sinta protegido na vida. Na história da revelação, Deus se apresenta ao ser humano como “rocha e baluarte”, “fortaleza sempre perto nos perigos”. Deus nos fala também com a imagem do amor materno. Diz: “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca” (Is 49,15). O amor de mãe é feito de acolhida, compaixão e ternura; é um amor ‘entranhado’. As mães são sempre um pouco cúmplices dos filhos e costumam defender e interceder por seus filhos diante do pai. Dessa forma, poderíamos falar de uma fraqueza de Deus: a “fragilidade” materna.

O ser humano conhece ainda o amor esponsal, que é “forte como a morte” cujas chamas “são flechas de fogo” (Ct 8,6). Também a este amor Deus recorreu para nos convencer de seu apaixonado amor. Todos os termos típicos do amor entre homem e mulher, incluído o termo “sedução”, são empregados na Bíblia para descrever o amor de Deus pelo ser humano. Jesus acrescentou outra forma, que é o amor de amizade. Dizia a seus discípulos: “Já não vos chamo servos... mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). A amizade pode constituir vínculos mais fortes que o próprio parentesco. Enquanto o parentesco consiste em ter o mesmo sangue, a amizade, em ter os mesmos gostos, ideais, interesses; nasce da confidência, do fato de confiar a outra pessoa o mais íntimo e pessoal dos meus pensamentos e experiências.

Jesus nos chama amigos, pois Ele nos deu a conhecer (e confiou) tudo o que sabia do seu Pai do Céu. Ele nos fez participantes dos segredos da família da Santíssima Trindade. A nós agora cabe algo muito simples: crer no amor de Deus, acolhê-lo e repetir comovidos com São João: “Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco” (1 Jo 4,16).

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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