Penso cá com meus botões que o Dia dos Namorados é comemorado muito mais à noite e, portanto, acho que é mais apropriado chamar a efeméride de noite dos namorados e não exatamente de dia dos namorados.
Nesta época de linguagem aberta e escancarada, sem rodeios porque isso é festa de Barretos, vou direto ao assunto: os pombinhos vão mesmo é para os motéis, que ficam lotados de casais. Pode ser que é o dia, ou melhor, a noite em que os motéis mais faturam no ano. E a "cuíca ronca" a noite inteira, com ou sem o azulzinho. O dia dos namorados também aumenta o faturamento do comércio. Portanto, sem papas e bispos na língua, asseguro-lhes que a data faz a alegria dos donos dos motéis e dos lojistas.
Restaurantes também faturam alto ainda mais se o jantar dos amantes, quer dizer, namorados for à luz de velas e com violinista que, com seu som de pernilongo, pode incomodar se o rapaz e a moça estiverem trocando juras de amor.
Citei a expressão casais e, como é óbvio, há os clandestinos entre eles, protagonistas de amores proibidos, como (não) deve dizer alguma letra de bolero. Triângulo amoroso costuma dar rolo ou encrenca das grossas. Sabem como é: a matriz nem sempre aceita a filial, que aqui chamo de a outra. Tem também o outro, como é óbvio.
Como sou a favor do lucro e contra o prejuízo, quero ajudar o comércio e a indústria a melhorar as vendas até porque também sou a favor da livre iniciativa. Explico: dizem que o sujeito casado que tem outra gasta mais com a amante do que com a esposa. Ele paparica a filial, dando-lhe presentes que jamais daria para a matriz, sem contar jantares e viagens.
Por isso, a partir de uma sugestão do fabuloso Stanislaw Ponte Preta, nosso cronista maior, tomo a liberdade de sugerir às associações comerciais e às federações das indústrias a urgente criação do dia da outra. As vendas vão aumentar muito. A data, caros lojistas e industriais, poderia ser também comemorada no dia 12 de junho e chega de prosa, como diria Gióia Júnior.
Aliás, só mais um dedo de prosa: o dia dos namorados é comemorado, talvez estrategicamente, na véspera do dia de Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro. Se você, prezada amiga, está triste por não comemorar o dia dos namorados por estar "encalhada" que nem baleia nas praias da Nova Zelândia, doida pra juntar os trapos com algum marmanjo, não se apoquente (que diabo é apoquente?).
Faça promessa para Santo Antônio. Não seja modesta e peça logo um marido rico. Ah, sim: para conseguir tal marido dê antes um "tapa no visual" e, em suma, fique uma fofa à espera do seu príncipe encantado.
Se ele aparecer, não o beije logo de cara porque isso também pode dar o efeito contrário, ou seja, pode dar o maior bode, quer dizer, o maior sapo, como já reclamaram mocinhas sonhadoras no Facebook.
DROPS
de Muhammad Ali, o Rei do Boxe.
Quando você tem razão, ninguém se lembra disso; quando está errado ninguém esquece.
No golfe eu também sou o melhor. O único problema é que nunca joguei golfe.
A força de vontade deve ser mais forte do que a habilidade.
Servir aos outros é como o aluguel que se tem de pagar por uma casa na Terra.
O silêncio vale ouro quando não se consegue achar uma boa resposta.
Não se justifica eu lutar contra os vietcongues se nenhum deles nunca me chamou de crioulo (Nota: Ali recusou-se a lutar na guerra do Vietnã).