Dia Internacional da Mulher

Podemos pensar sobre a sexualidade feminina e como se constitui. Sabemos que o órgão genital anatômico, não determina a escolha pelo gênero de sexualidade. Freud nos esclarece em sua teoria, que a sexualidade não restringe somente aos órgãos genitais e sim, aos aspectos totais em direção à pulsão de vida. A sexualidade vai muito além, do que imaginamos. Ela é, antes do genital, psíquico e social. As famílias exercem papéis primordiais. Há pais alcoólatras, que chegam a suas casas valentes, surrando crianças em tenra infância, destruindo sonhos, provocando desdobramentos na feminilidade em meninas, como na masculinidade em meninos. Desvitalizados, vão permanecendo desnorteados. Depressão, ansiedade, hiperatividade são inevitáveis, comprometendo todo o percurso. Os relacionamentos íntimos entre as pessoas estão muito precários, devido à confusão de conceitos complexos como: intimidade e descarga em direção ao ato sexual. É muito fácil chegar ao coito. O difícil é construir vínculos com segurança e verdade. O automatismo e a concretude impedem a construção de um relacionamento duradouro. E também, a intolerância às frustrações. A questão narcísica está muito presente nas relações entre casais. E o afastamento é inevitável. Há mulheres que são extremamente ativas e homens extremamente passivos. A castração pode desencadear troca de papéis. Mulheres ativas que deixam de lado sua feminilidade. E homens passivos postergando seu papel masculino. Há pais extremamente rígidos, em que o funcionamento dinâmico familiar, compromete o desenvolvimento da sexualidade, em ambos os sexos. Suprimem, castram, inibem, desvitalizam crianças na educação. É muito importante motivar e estimular a criança quando as mesmas questionam sobre sexualidade. O diálogo é fundamental. Maria era mirrada, assustada, recatada e trancada. Sua avó era solitária e colocou o esposo para fora de casa. O pai de Maria também foi expulso de casa, pela sua mãe. Maria conviveu pouco com o pai. Cresceu pensando mal dele. Ela ouvia que ele era rude, rústico e perigoso. Quando sua mãe saia para trabalhar, seu pai ia visitá-la. Ela fantasiava, por influências, que seu pai iria devorá-la. Corria a se esconder. Assim, Maria cresceu e acabou casando. Maria sentia-se incapacitada para penetrações da ordem do amor, afeto, carinho e desejos. Não aprendeu. Desnorteada, preferiu fechar-se. Desconhecia e não distinguia sua identidade feminina. Seus cabelos mirrados- alopecia, vaginismo, escondia-se negando sua sexualidade e era toda disforme. Era proibido sonhar, desejar, e realizar os desejos. Pergunto: De quem é o direito ao gozo? Penso que é para todos e de todos. Salve, salve todas as mulheres! Permitam-se, ser felizes.
 

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