DIG registra 10 falsos casos de roubos e furtos

Se forem condenados na Justiça, podem ser enquadrados no crime de denúncia caluniosa (artigo 339 do Código Penal), com penas de dois a oito anos de reclusão, além do pagamento de multa.

PRUDENTE - Bruno Saia

Data 29/03/2015
Horário 07:30
 

Entre os 97 casos de roubos e furtos registrados na DIG (Delegacia de Investigações Gerais), da Polícia Civil de Presidente Prudente, entre janeiro e fevereiro deste ano, 10 foram concluídos e se revelaram fraudes criadas pelas supostas vítimas, por motivos que vão desde aplicar golpes em seguros, até problemas amorosos ou disputas comerciais. Nos casos de fraudes comprovadas, os suspeitos serão indiciados e podem pegar penas de um a seis meses de prisão, caso sejam condenados na Justiça (artigo 340 do Código Penal).

Nas situações em que as falsas vítimas apontam um culpado pelo crime que não aconteceu, as penalidades podem ser ainda maiores. Se forem condenados na Justiça, podem ser enquadrados no crime de denúncia caluniosa (artigo 339 do Código Penal), com penas de dois a oito anos de reclusão, além do pagamento de multa.

"Para cada esclarecimento por parte de uma equipe de investigadores, sobre um falso crime registrado, além do investimento de pessoal, há gastos com viaturas, combustível, documentos, energia, gravações, entrevistas, tempo, notificações, oitivas de testemunhas, trabalhos de campo, entre outros. Tudo envolvendo dinheiro público que poderia ser utilizado no combate e no esclarecimento de crimes verdadeiros", destaca o delegado responsável pela DIG, Pablo Rodrigo França.

 

Dois casos


Em reportagem publicada por O Imparcial no início da semana, foram relatados dois casos de falsos crimes solucionados pela DIG. A primeira falsa ocorrência desvendada foi de um assalto, que teria ocorrido no dia 14 de janeiro deste ano, por volta das 21h, no Parque São Lucas. A "vítima", uma auxiliar de produção de 28 anos, disse que caminhava pela rua, quando alguém a teria segurado por trás e colocado uma faca em seu pescoço. Enquanto isso, outro assaltante teria lhe apontado uma arma de fogo e exigido que ela entregasse a bolsa.

Outra ocorrência foi registrada no dia 6 de janeiro, quando um funileiro, 61, teria relatado o furto de seu veículo. Segundo ele, o crime teria ocorrido por volta das 20h, na Vila Boscoli, onde ele teria deixado o carro estacionado e, no outro dia, não estaria mais no mesmo local.

Segundo os policiais civis, no primeiro caso a auxiliar de produção queria apenas chamar a atenção do namorado, que ameaçava abandoná-la. O outro foi por conta de um desacerto comercial entre o funileiro e o antigo dono do veículo. Os dois passaram então de vítimas para autores nas investigações feitas pela DIG.
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