Dor muscular: indicadora do estímulo

Jair Rodrigues Garcia Júnior

Sentir dor não é normal, pois ela indica que houve algum ferimento, lesão interna, infecção etc. A dor pode ser aguda, vir, passar e ficar residual (só dói quando “aperta”) e pode ser crônica, causando bastante incomodo durante dias. Mas e aquela dor muscular? Já sentiu durante ou após o treinamento?

 

EXERCÍCIO + DOR
A dor muscular é uma “parceira” da prática de exercícios físicos, pois acompanha desde os iniciantes até os atletas. A diferença é que ela é sentida e tolerada de forma diferente por cada pessoa. Quando é praticado um exercício intenso com várias repetições o músculo pode doer (sensação de queimação) em razão do acúmulo de metabólitos (moléculas produzidas dentro do músculo). Basta pausar o exercício e ela desaparece. Mas quando acontece uma lesão, a dor vem e fica, sendo obrigatório interromper o exercício imediatamente para não agravar a condição.

 

DOR PÓS-EXERCÍCIO
E a dor pós-exercício, é necessária ou não? Sim! A ausência total de dor após algumas horas ou no dia seguinte é um indicativo de que o estimulo (exercício) foi “fraco” para o músculo e não haverá melhora do condicionamento físico.

 

ESTÍMULO
Para trazer benefícios, o exercício físico deve representar um estresse bem controlado, para o qual os músculos não estão bem acostumados, e provocar microlesões. Com isso, ocorrem adaptações e ganhos musculares que proporcionam saúde e melhor desempenho. Quando o músculo está “acostumado” e “confortável” com o estímulo, não ocorrem adaptações e os benefícios são pequenos.

 

DOR TARDIA
A dor tardia, que acontece um, dois e até três dias após o esforço indica que ocorreram microlesões e reação do sistema imune, causando um processo inflamatório nos músculos. Esse processo é necessário, pois estimula a liberação de hormônios locais que induzem a reparação dos músculos e adaptações. O processo inflamatório, o grau de dor e o tempo que os músculos ficam doloridos são proporcionais ao grau da lesão.

 

ESCALA DA DOR
Varia de 0 (sem dor) até 10 (dor máxima). Sobre a dor pós-treino, aquela de grau leve (1 a 3) e moderado (4 e 5), que te lembra qual músculo foi utilizado no último treino, é um fator positivo, indicativo de que o estímulo para adaptação foi adequado. Já a dor de grau elevado (6 ou mais), que dificulta os movimentos, a realização das atividades diárias e persiste por dias, é negativa e indica que foi cometido exagero na carga, intensidade ou duração do treinamento.

 

SOBRECARGA PROGRESSIVA
Esse é um princípio de treinamento que deve ser sempre utilizado, pois as adaptações musculares ocorrem gradativamente e sucessivamente. O treino que provoca dor de grau leve hoje, praticamente não provocará dores no mês seguinte, permitindo o aumento da carga, intensidade e duração. Até uma caminhada pode proporcionar adaptação muscular, porém deve ser de intensidade e duração progressiva e evoluir para corrida, para realmente melhorar o condicionamento físico. Neste sentido, a combinação de exercícios aeróbios com exercícios de força e resistência muscular localizada representa boa opção para músculos bem condicionados e melhora da saúde.

 

O treino que provoca dor de grau leve hoje, praticamente não provocará dores no mês seguinte, permitindo o aumento da carga.

 

 

27 mar 2023

 

 

 

 

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