É Natal e a secretária do Doutor Pimpolho compra uma árvore para enfeitar o escritório. Ao vê-la, Doutor Pimpolho reclama e acha absurda a escolha por uma árvore de duas pontas. Ele blasfema dizendo que dará azar, demonstra incertezas, indecisões, etc., e teria de ser com uma ponta somente. E explicou dizendo que uma ponta significava determinação e certeza, recomendando devolução. Então, Sileide obedeceu ao patrão e foi providenciar outra.
Ao vê- la, Dr. Pimpolho blasfemou novamente um palavrão e disse: comprou uma árvore torta, ela está com escoliose? Pode devolver! Bem, Sileide obedeceu ao patrão e foi providenciar outra. Ao vê-la, Doutor Pimpolho disse: Sileide (outro palavrão) comprou uma orquídea? No Natal deve ser árvore de Natal. Sileide respondeu, ao patrão: Bem, Doutor Pimpolho, a orquídea é branca e representa paz, o amarelo representa prosperidade e as folhas verdes representam esperança em tempos melhores e fé de que tudo irá melhorar.
Ah, é? Vai se... (palavrão) Sileide, se esse ano for ruim e a empresa diminuir os lucros, será despedida. Você será culpada e responsabilizada por não ter comprado a árvore de Natal. Sileide, respondeu: Ah, é? Então, se a empresa prosperar, eu reivindicarei aumento. Doutor Pimpolho blasfemou: você não faz mais que a sua obrigação.
Doutor Pimpolho é um personagem do programa de rádio Chuchu Beleza, criado por Felipe Xavier em 1999. Frequentemente, Doutor Pimpolho está presente ao longo da programação da Jovem Pan. Achei muito engraçado e inspirou-me para a crônica natalina. Penso que a piada é uma realidade e verdade, nos meios em que trabalhamos e convivemos socialmente com os colaboradores e a família. Atualmente transferimos para o outro, atribuições de nossa competência. E há um forte sentido também de que, transfere-se para o outro, pela descrença, desvitalização e desesperança em si mesmo. Só que não há percepção sobre esse fato.
A busca pelo autoconhecimento é fundamental. Muitas vezes, transferimos para o outro algo muito prazeroso e importante para ter contato, experiência e realização. Acostumamos ou torna-se hábito, dizer que “Não tenho tempo”. Acredite, quanto menos tempo, mais realização. Tempo de sobra, procrastinação em demasia. E o resultado é melancólico.
Vá decorar você mesmo, sua árvore de Natal. Escolha a de sua preferência e convide seus amigos, filhos, esposo (a) ou funcionária para auxiliar. “Não deixe para amanhã, o que pode fazer hoje”, provérbio eterno. Penso também, que há muitos “Doutores Pimpolhos” esparramados por aí. E em todos os lugares. Nesse Natal e em todos os demais Natais, vamos celebrar o respeito, o direito à expressão, liberdade, generosidade, carinho, afeto e os significados simbólicos. Há atitudes e decisões que somente nós é que podemos ter ou assumir.
Muitas vezes, postergamos, por achar que o novo sempre será um risco. Natal é a celebração do nascimento de Jesus. Quem foi Jesus Cristo? Já imaginaram se tivesse transferido para o outro a sua crucificação. Ou o grande objetivo de seu nascimento? E Maria, se tivesse atribuído à outra, o seu compromisso para com Deus? Maria aceitou a proposta do Anjo Gabriel, na cidade da Galiléia chamada Nazaré, em conceber Jesus. E era virgem! Ele disse: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! Maria respondeu:- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer! E o anjo foi embora. Feliz Natal para todos!
