E depois da pandemia?

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 12/04/2022
Horário 06:00

Tá, tudo bem que ainda não acabou de vez, mas a gente já está bem mais seguro do que estávamos há pouco mais de dois anos e é hora sim de pensar como vamos de fato reagir a uma nova realidade pós-pandemia. 
As medidas de isolamento social começaram a vigorar de fato em meados de março de 2020. Lembro como se fosse hoje. As aulas presenciais na faculdade acontecendo naturalmente em um dia e no outro estávamos lá, sofrendo no Meet, Zoom ou Teens dentro de casa. As pessoas comprando no comércio hoje e amanhã, tudo fechado.
Estamos no início deste século ainda, mas a pandemia da Covid-19 é séria candidata a estar em os cinco piores acontecimentos desta era. Que foi a maior crise que a nossa geração viveu, isso já é certo.
Uma situação que nos tirou da zona de conforto. Diria até que é como se fossemos arrancados à força do topo da cadeia alimentar e de repente nos víssemos tendo que lutar pela própria vida diante de um inimigo poderoso e invisível. 
Milhares não resistiram. Próximos de nós ou não, vimos dia após dia o que foi um verdadeiro massacre humano. Choramos e nos indignamos com a letargia para a vacina, mas também colhemos vitórias importantes. 
O ser humano, por exemplo, mostrou uma capacidade de adaptação incrível e logo se reforçou. Cientistas conseguiram fazer o sequenciamento genético do vírus e as vacinas se tornaram viáveis em um tempo recorde. Aliás, as tomadas de decisões que foram realizadas para medidas de contenção da Covid foram feitas sem debates inúteis, o que não aconteceria se estivéssemos em situação normal. 
Em outras palavras, melhorias nas áreas de saúde, gestão administrativa e trabalho levariam anos para serem criadas e implementadas e conseguimos avanços importantes somente por conta da urgência do problema. 
É claro que nem tudo ainda está tão perfeito. A liberação do uso obrigatório de máscaras, apesar de decretos governamentais favoráveis, ainda não é bem vista por muitas pessoas. 
Outras milhares mantiveram-se firmes no propósito de não se vacinar e mantém em suspeita a possibilidade de novas ondas de contaminação acontecerem.
Nas universidades e escolas, as aulas retornaram, mas em muitas delas o sistema já é híbrido. Eu mesmo tenho turmas que alterno semana presencial e semana remota. Ainda precisamos de tempo para avaliar se isto será bom ou ruim.
As reuniões rotineiras de trabalho estão mais fáceis de serem realizadas, mas por outro lado te colocam sempre à disposição das chefias para um encontro rápido...
Enfim, ainda vamos ter que combinar certinho as vidas presencial e online, mas é certo que vamos precisar olhar para tudo que fizemos enquanto sociedade neste período de pandemia. 
Tenho certeza de que muitas pessoas estão contentes e até orgulhosas por terem mantido ou reforçado ainda mais a carga de generosidade humana. Em momentos de crise, há os que paralisam, os que seguem o caminho e os que não admitem seguir sozinhos.
Para aqueles que paralisaram, sempre é tempo de rever hábitos e atitudes. 
 

Publicidade

Veja também