Economia criativa é abordada em encontro cultural

Na ocasião, foi feito o convite a interessados em participar do “Futuro na Cultura”, que ocorre nos dias 10 e 11 de agosto, na capital paulista

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 27/06/2018
Horário 05:15
José Reis: Patrícia expõe que objetivo é criar políticas públicas para a economia criativa no Estado
José Reis: Patrícia expõe que objetivo é criar políticas públicas para a economia criativa no Estado

Produtores e representantes de Presidente Prudente e região, profissionais da música, dança, literatura entre outras áreas culturais, receberam na tarde de ontem, na Sala de Cinema Condessa Filomena Matarazzo, no Centro Cultural Matarazzo, a secretária-adjunta da SEC (Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo), Patrícia Penna. A representante da pasta veio para uma palestra abordando a temática da economia criativa. Na ocasião, foi feito o convite a interessados em participar do “Futuro na Cultura”, que ocorre nos dias 10 e 11 de agosto, no Memorial da América Latina, na capital paulista.

Perguntado a secretária sobre o tema, ela explicou que a SEC está tentando criar políticas públicas para a economia criativa que não existe ainda no Estado de São Paulo. Conforme Patrícia, a pasta tem, na verdade, um edital que fica dentro da coordenadoria de fomento.

“Então, o que pretendemos é que dialogando com os municípios possamos convergir nas ideias e, assim, instituir uma política de fato dentro do setor de economia criativa, de uma forma mais abrangente, que seja uma coordenadoria com staff onde possamos discutir fontes de financiamento, receitas para abrigar todos os projetos que envolvem a economia criativa no Estado”, expõe.

Patrícia explica que o que se tem hoje é a economia da cultura onde se atinge, de certa forma, uma cadeia produtiva que interage com as criatividades, mas ainda presos ao que existe de termos culturais.

“Quando falamos de economia criativa pegamos um guarda-chuva mais amplo, ou seja, conseguimos interagir com outras secretarias e é essa nossa ideia, que possamos dialogar com as Ciências e Tecnologias, com o Turismo, Meio Ambiente... Então, isso ampliaria muito mais o escopo cultural, projetos de inovação, sustentabilidade muito mais”, complementa.

 

Uma força a mais!

O coreógrafo, bailarino e professor de dança Emerson Euzébio Silva, foi um dos participantes da ação. Ele fala um pouco sobre o que entendeu da aplicabilidade desse conceito, a economia criativa, que está vindo agora, de forma emergente. Ele destaca que acredita que são formas de se criar pensamentos e ações emancipatórias, referindo-se a pessoas que ficam presas, dependentes de um setor público, ou de uma parte assistencialista. “Ter na manga formas de viabilizar, administrar, se autopatrocinar, ter uma manutenção do nosso trabalho de forma qualitativa e econômica onde gera recursos financeiros. Isso a gente já faz. Porém, talvez façamos de uma forma intuitiva ou como forma de defesa, agora quando temos a SEC defendendo um projeto de lei para que exista uma secretaria ou parte de uma para lidar com a economia criativa, isso é muito bom. E fico feliz porque teremos mais formas profissionais de lidar com isso, mais estratégias para o que já fazemos, viabilizar esse campo que é raso e que a gente pode realmente pode ter uma grande ascensão”, aplaude o coreógrafo.

Emerson acentua que o público artista não fica no Brasil, na cidade, é exportado, porque aqui não tem campo de trabalho. E não se pode pensar que é só função do poder público atender as demandas, porque não tem como atender todo mundo. “Temos que viver, registrar sim nossa arte pensando que isso pode acontecer por nossas vias, nossas mãos o que seria um tapa na cara de quem está no poder público. A arte não pode morrer, então que sejamos cada vez mais autônomos no sentido de pensar, de agir, se manifestar através da arte. Essa foi minha reflexão sobre o assunto. Torço para que isso aconteça. É uma ação muito boa”, enfatiza o bailarino.

 

De mãos dadas

Emerson diz que acha interessante antes mesmo de se por em ação a economia criativa, ou paralelamente, caminhando juntas, e que não foi tratada nesse encontro é a economia afetiva. “Temos que nos mobilizar, ser público do outro, apreciar, identificar os nossos artistas preferidos, da nossa cidade, do nosso Estado, e curtir sim, mas não se prender às mídias virtuais e prestar mais atenção em artistas ao vivo e a cores que vivem uma arte viva. A ideia do poder público também propor essa visão de empreendedorismo criativo é fundamental porque a gente tem estratégias, relações com o mercado como quem é tu, quem sou eu, onde estou, como mobilizo para uma ação...”, sinaliza o professor de dança.

 

Driblar a crise

Sobre a importância da economia criativa, Patrícia exalta que no mundo já tem diálogos em torno da economia criativa como fórmulas inclusive de se driblar a crise econômica, mas a base principal da economia é ter uma gama infinita de necessidades dos seres humanos com recursos que são finitos.

“Essa balança, como fazer a gestão desses recursos finitos com criatividade utilizando técnicas criativas para se construir isso é o que acreditamos que pode ajudar superar a crise tornando de empregabilidade, trabalho para a vida toda para a trabalhabilidade, que é a possibilidade do ser humano criar o seu trabalho e renda”, acentua.

 

“Futuro na Cultura”

De acordo com Patrícia, nos dois dias de evento a economia criativa e a inovação serão debatidas em oito painéis, com representantes do setor público, empresários, universidades, movimentos dos setores criativos, produtores culturais e formadores de opinião para desenvolver políticas públicas no Estado - Projeto de Lei 278/2017 -, que institui a Política de Incentivo à Economia Criativa no Estado de São Paulo.

 

​​​​​​​“O que pretendemos é que, dialogando com os municípios, possamos convergir nas ideias e assim instituir uma política de fato dentro do setor de economia criativa, de uma forma mais abrangente”

Patrícia Penna

secretária-adjunta da SEC

A secretária explica que dentre vários assuntos será tratado exatamente do futuro. O que é esse ar inovador que se pretende dar à cultura em termos de projetos que são transversais, onde a pasta consiga abranger no mínimo de três a quatro secretarias, vários municípios.

“Será um encontro com várias atividades paralelas, espaço para mostras, palestras, painéis, uma forma de começarmos dialogar. Uma compilação será feita para depois um report sobre o assunto, e depois propor fóruns, inclusive com pareceria da Univesp [Universidade Virtual do Estado de São Paulo] que vai criar um fórum virtual para que cada município possa interagir diretamente sobre as políticas públicas. Um encontro falando de futuro para que consigamos convergir todas as demandas dos municípios nas ideias que possam surgir”, acentua Patrícia.

 

 

 

 

 

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Emerson Euzébio gostou do encontro salientando que “ação é muito boa”

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