Educação x pandemia: seus reflexos e desafios para 2022

OPINIÃO - Marcos Akira Mizusaki

Data 22/12/2021
Horário 04:30

Nos últimos dois anos, na busca do controle de uma pandemia, tivemos várias decisões das autoridades públicas para a tutela da população, com severos impactos no comportamento social. Dentre as decisões, tivemos a suspensão das aulas presenciais. 
Meses depois, com arrefecimento da pandemia, permitiu-se um retorno gradativo, adotado pela maioria dos municípios de nossa região a partir do segundo semestre de 2021. Esse retorno presencial, aos poucos foram nos revelando os reflexos negativos da pandemia na educação: abandono escolar; crianças com dificuldades na comunicação; crianças com dificuldades motoras ou vocais involuntárias (conhecidos por tiques nervosos); menores vítimas de violência (psicológicas e até sexuais); menores com depressão, tristeza, ansiedade, dentre outras, sem contar o principal, consistente no retrocesso da aprendizagem. 
Percebe-se que estamos numa corrida contra o tempo frente a esse passivo social e educacional. Estes menores que estão em desenvolvimento serão daqui a alguns anos os nossos futuros profissionais, a nossa força de produção, o nosso alicerce social, de modo que esse vácuo intelectual deve ser suprido integralmente, e que jamais será possível com aulas remotas, já que foi o único instrumento utilizado durante a pandemia e que se mostrou pouco eficiente para crianças e adolescentes. 
Portanto, doravante, o comprometimento dos atores na área de educação é essencial para suprirmos essa lacuna, imprescindível na formação e desenvolvimento destas crianças e adolescentes afetadas gravemente pela pandemia. É o que esperamos para o ano de 2022 das autoridades públicas, servidores na área de educação e das comissões criadas por recomendação do Ministério Público. 
Seria injusto não destacar os valorosos profissionais de educação (professores e servidores das redes públicas e privadas), secretários e dirigentes de Educação (estadual e municipais), dos 28 municípios de nossa região, que tanto se dedicaram nesse período de pandemia para que o ensino pudesse chegar nas casas das crianças e adolescentes de seus respectivos municípios. 
Por fim, merece especial referência o município de Mirante do Paranapanema, pois foi o único de nossa região que durante todo o ano de 2021, manteve as aulas presenciais de acordo com a Resolução Estadual de Educação. Parabéns ao alcaide e à Secretaria de Educação. Numa pandemia, em obediência ao princípio da prioridade absoluta consagrado no Estatuto da Criança e do Adolescente, a escola deve ser a última a ser fechada e a primeira a ser aberta. 
 

Publicidade

Veja também