Em PP, cão morre durante transporte ao Abrigo Municipal; responsável é presa por maus-tratos

Dona de imóvel no Jardim Jequitibás mantinha três cachorros em diferentes estados de comprometimento físico sem acesso a água ou alimentos em local insalubre

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 15/05/2025
Horário 09:54
Foto: Polícia Civil
Cachorro encontrado desfalecido e com respiração fraca faleceu a caminho de atendimento
Cachorro encontrado desfalecido e com respiração fraca faleceu a caminho de atendimento

Uma mulher, 62 anos, foi presa nesta quarta-feira, em Presidente Prudente, por crime de maus-tratos a animais. Em atendimento a uma denúncia anônima, uma equipe da Polícia Militar localizou em um imóvel de propriedade da envolvida, momentaneamente desabitado, no Jardim Jequitibás, três cães sem raça definida, todos em diferentes estados de comprometimento físico. Um dos animais, em decorrência da gravidade de seu quadro, faleceu a caminho do Abrigo Municipal. Os outros dois foram encaminhados para o Rancho Bicho Feliz, em Martinópolis, onde permaneceram sob cuidados.

De acordo com o Boletim de Ocorrência sobre o caso, o cão que morreu antes de receber atendimento foi identificado como macho adulto de porte pequeno. Ele apresentava condição de desfalecimento ao ser encontrado pela PM, com ferimentos visíveis, odor pútrido e respiração fraca. Os outros dois cachorros, uma fêmea e um macho, adultos de médio porte, estavam com aparente desnutrição severa, magreza extrema e presença de carrapatos, sem acesso a água ou alimentos em local de condições insalubres, com ausência de higiene, ventilação precária e presença de fezes e urina acumuladas.

Acionado ao imóvel, um médico veterinário do Abrigo Municipal chegou a avaliar os três animais antes deste serem removidos e atestou verbalmente que todos apresentavam estado de abandono, desnutrição e sofrimento físico, compatíveis com maus-tratos continuados. 

Interrogatório
Em seu interrogatório, na Delegacia Seccional, a mulher reconheceu ser proprietária dos cães, afirmando que os mantinha sob sua guarda há muitos anos e que a responsabilidade pelos cuidados dos animais era integralmente sua. Declarou que alimentava e fornecia água aos cachorros diariamente, nos períodos da manhã e da tarde. Afirmou ainda que os dois cachorros de porte médio jamais apresentaram quadro clínico preocupante e nunca foram atendidos por médico veterinário, enquanto o cão de porte pequeno já havia recebido cuidados no passado. 

Declarou ainda que tinha ciência da existência de ferimentos nesse último animal e que, há algum tempo, um veterinário teria ministrado medicamento, o qual vinha sendo administrado pela própria interroganda. “A investigada afirmou que, a seu ver, os animais não estavam em estado de magreza extrema, mas reconheceu que apresentavam infestação por carrapatos, motivo pelo qual vinha aplicando medicação nos mesmos”, expõe o registro da Polícia Civil.

“Afirmou também que, semanalmente, realizava limpeza do ambiente, fazendo o varrimento das fezes e lavagem do local utilizado pelos animais. No entanto, sua versão contradiz diretamente as constatações realizadas pelos policiais militares e pelo médico veterinário no local”, complementou o BO.
 

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